A Suprema Corte dos Estados Unidos (EUA) anunciou que faculdades e universidades não podem mais levar a raça em consideração como um fator expresso nas admissões. Trata-se de uma decisão histórica que anula um precedente de longa data que beneficiou estudantes negros e latinos no ensino superior.
A decisão foi amparada por seis votos dos juízes de orientação conservadora, contra três que votaram a favor das ações afirmativas.
O chefe de justiça John Roberts foi o relator do voto acompanhado pela maioria conservadora da Suprema Corte. “O resultado da decisão de hoje é que a cor da pele de uma pessoa pode desempenhar um papel na avaliação da suspeita individualizada, mas não pode desempenhar um papel na avaliação das contribuições individualizadas dessa pessoa para um ambiente de aprendizagem diversificado. Essa leitura indefensável da Constituição não é fundamentada na lei e subverte a garantia de igualdade de proteção da Décima Quarta Emenda”, diz o texto.
Em sua opinião dissidente, a juíza liberal Sonia Sotomayor, acompanhada pelas juízas Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson, disse que a decisão resultará em um sistema educacional menos igualitário nos EUA.
“O resultado da decisão de hoje é que a cor da pele de uma pessoa pode desempenhar um papel na avaliação da suspeita individualizada, mas não pode desempenhar um papel na avaliação das contribuições individualizadas dessa pessoa para um ambiente de aprendizagem diversificado. Essa leitura indefensável da Constituição não é fundamentada na lei e subverte a garantia de proteção igual da Décima Quarta Emenda”, escreveu Sotomayor, em parte.