Sergio Leite de Andrade (*)
Um tema que já há muito tempo está na pauta do empresariado nacional começa a ganhar relevância, também, para as nossas autoridades: a reindustrialização do país. Assunto urgente e fundamental para o crescimento sustentável do Brasil, a reinserção da indústria precisa, de fato, ser tratada com mais seriedade e celeridade. Não há dúvida que indústria e desenvolvimento caminham juntos.
Estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que a cada R$ 1 produzido na indústria de transformação, são gerados R$ 2,43 na economia. Já de acordo com o Portal das Indústrias, quase 70% das exportações brasileiras de bens e serviços e 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento vêm da atividade industrial.
Se por um lado as evidências da importância do setor são indiscutíveis, por outro também é indiscutível que a indústria nacional vem perdendo espaço ao longo das últimas décadas na formação do nosso PIB. E as consequências, claro, impactam o desenvolvimento da nossa nação.
O tema demanda um plano de ação que passa pela aguardada Reforma Tributária e pelo olhar atento para limitadores do desenvolvimento, como a elevada burocracia e os já conhecidos problemas de infraestrutura e outros que formam e ampliam o nosso indesejável Custo Brasil.
Temos um histórico recente de perda crescente de participação na formação do PIB e o desafio avança exponencialmente na medida em que novas demandas sociais são colocadas para o setor, principalmente aquelas relacionadas à Agenda ESG. Soma-se à capacidade ociosa do parque industrial, desafios como o de termos uma economia de baixo carbono, empresas mais diversas e inclusivas e tantos outros aspectos que irão contribuir para a Sustentabilidade das empresas.
Nesse sentido, a indústria do aço pode se orgulhar de estar mobilizada e contabilizar avanços importantes. Iniciativas em áreas como Inovação, Energias Renováveis e Economia Circular, entre outras, estão de forma permanente na nossa pauta. A indústria do aço vem investindo e ampliando a atuação na diversificação da matriz energética das plantas industriais, fortalecendo os programas internos de inovação com resultados promissores e adotando políticas cada vez mais firmes de diversidade e inclusão.
Os desafios são muitos, mas seguimos confiantes na nossa capacidade de superá-los e continuar gerando valor para toda sociedade como, historicamente, a indústria brasileira foi capaz de fazer.
(*) Sergio Leite de Andrade é presidente do Conselho de Administração da Usiminas, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) e vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil