Para promover a conscientização sobre a importância do debate a prevenção e a desinformação que perduram sobre o vírus do HIV, no dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Ainda que a campanha, há décadas, seja amplamente disseminada de forma global e em caráter de sensibilização, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como a doença também é chamada, ainda requer atenção especial na prevenção, enquanto questão de saúde pública.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos (2013-2022), em Minas Gerais, cerca de 28 mil pessoas foram notificadas como portadora do vírus do HIV. Desse total, 72,7% são homens e 27,3% mulheres, e, 2.804 jovens infectados entre 15 e 24 anos. Entre 2021 e 2022, o percentual de pessoas identificadas com a doença, homens e mulheres, em todo o estado diminuiu cerca de 59%. Para o médico infectologista da Fundação São Francisco Xavier, Márcio de Castro, apesar dos dados do Ministério da Saúde apresentarem uma perspectiva de declínio nas notificações, a presente realidade do Brasil acende uma alerta.
“Embora se observe uma diminuição de casos de HIV nos últimos anos, parte pode estar relacionada à subnotificação, principalmente no ano de 2020, devido à pandemia de Covid-19. Na assistência, presenciamos um aumento considerável de internação e óbitos. Sem diagnóstico em tempo hábil, os pacientes têm adoecido e morrido mais”, destaca o infectologista.
Acabar com a pandemia da Aids no mundo até 2030 é um dos objetivos apresentados no relatório global do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS – UNAIDS, o Caminho que põe fim à Aids, que traz informações e estudos de casos sobre como estão os esforços, entre os países, para que a doença deixe de ser uma ameaça à saúde pública global. O infectologista destaca ainda que a conscientização quanto a transmissão do HIV está intimamente relacionada com educação sexual.
“Se os adolescentes e jovens não conscientizarem, haverá o aumento da transmissão da doença. Parece que, com a redução importante da mortalidade e melhora da qualidade de vida das pessoas que vivem com o HIV, tem tido uma menor preocupação da população quanto aos cuidados e prevenção da doença. Dando maior visibilidade e estimulando o diagnóstico precoce, podemos contribuir com a redução da transmissão e melhora no tratamento do HIV entre outras doenças”, alerta o especialista.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
HIV é um termo em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, que é o estágio mais avançado da doença, o vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.
No Brasil, as pessoas diagnosticadas com a patologia são assistidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de medicamentos antirretrovirais e assistência de uma equipe multidisciplinar. O tratamento, segundo especialistas, soma na melhora da qualidade de vida do paciente e reduz o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Também é disponibilizado gratuitamente pelo SUS, testes para diagnóstico do HIV, entre outras doenças infecciosas como sífilis e das hepatites B e C.
Segundo recomendações do Ministério da Saúde, o teste de HIV deve ser realizado sempre que a pessoa passar por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. O caminho para a prevenção é fazer o uso do preservativo ou camisinha, que é o método mais conhecido e acessível, capaz de prevenir da infecção pelo HIV, entre outras infecções sexualmente transmissíveis – IST, além de gravidez.
A chamada Prevenção Combinada também é uma estratégia aplicada pelo SUS, que inclui uma combinação de ações como, reduzir a exposição ao risco, uso de preservativos, testagem regular, diagnóstico e tratamento precoce, uso de Profilaxia pré e pós-exposição (uso de medicação antes da relação sexual, que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV), além de prevenção de transmissão das gestantes para os bebês, redução de danos e vacinação para Hepatite B e HPV.
Para mais orientações sobre prevenção, testes e tratamento, a recomendação é procurar a unidade de saúde de referência.