Por Walter Biancardine (*)
Antes de quaisquer considerações, é preciso deixar claro que o Brasil possui um sucessor digno de trilhar os caminhos de Jair Bolsonaro, quando o cansaço e a idade pesarem sobre seus ombros: ele é Nikolas Ferreira e minhas análises o apontam como um futuro e bem-sucedido Presidente de nosso sofrido país.
Vamos, entretanto, aos fatos – e os mesmos se encontram por demais ensombrecidos pelas paixões políticas desordenadas, nestas vésperas eleitorais, as quais fazem militantes comportarem-se como torcidas organizadas de futebol, ensandecidamente cegos para quaisquer tons de cinza entre o preto e branco do consumo fácil. O que fez o pastor Silas Malafaia? Criticou duramente, com linguagem áspera, o apoio (velado ou explícito pouco importa) de Nikolas Ferreira ao candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.
Tal fato devastou o número de seguidores do pastor, que o abandonaram em sinal de repúdio às suas críticas e, acrescento, mesmo a absoluta maioria dos analistas políticos das redes sociais igualmente secundou tal reação, condenando a já citada atitude.
Pois bem, analisemos: recentemente nosso estimado Nikolas liderou uma campanha contra quaisquer apoios ou votos no partido PSD, de Kassab, o qual exerce notório protagonismo no apoio parlamentar à ditadura judiciária, vigente em nosso país. Todos aplaudiram e reconheceram a veracidade das alegações do jovem deputado, restando esquecido o fato de que – verdades à parte – tal antagonismo resulta da vivência política do rapaz que, por sua vez, produziu sua análise pessoal a qual culminou em sua opinião. E esta opinião foi emitida – e louvada – por todos.
O mesmo se dá quanto às falas de Silas Malafaia, condenando o apoio de Nikolas a Marçal as quais expressaram as opiniões do pastor, resultantes de suas análises e vivências no meio político. Ambas opiniões, de Nikolas e Malafaia, merecem absoluto respeito e devem ser entendidas como parte de algo que jamais vivemos, realmente, neste Brasil: uma verdadeira democracia.
Qual a diferença entre o direito que um e outro tem, em se manifestar? Se Bolsonaro, acossado por obrigações partidárias, se vê na obrigação de apoiar um Nunes à prefeitura paulistana e ninguém o condena, por quê condenar Nikolas e seu apoio à Marçal? Se Malafaia bancou, do próprio bolso, as manifestações do dia 7 de setembro na avenida Paulista – na qual Bolsonaro esteve presente e foi a principal atração – por que ninguém o criticou? Algum empresário conservador fez o mesmo? Não, e todos louvaram Silas. Será verdade que “os fãs de hoje são os linchadores de amanhã”?
As circunstâncias citadas acima mostram de modo claro que nada, na política, segue em linha reta e nítida: tudo são nuances – o “cinza” já citado – e que nos ensinam a guardarmos nossa fúria contra a esquerda globalista, que realmente deseja nosso fim e é incapaz de debater com argumentações congruentes – só xingamentos e frases feitas, um comportamento o qual infelizmente estamos replicando.
Alegarão muitos que o linguajar do pastor Silas Malafaia foi desrespeitoso com Nikolas, mas devo lembrar que toda a verdadeira carnificina, que se transformou a corrida eleitoral paulistana, deve-se ao mesmo comportamento boca-suja do próprio Pablo Marçal.
Pergunto por quê um pode ser desbocado e outro não, e aqui mesmo respondo: na realidade, nenhum dos dois deveria sê-lo. Tal comportamento apenas revela o infantil desejo de imitar grotescamente um líder mal interpretado – Jair Bolsonaro – e que nivela o debate ao nível de rodapé da política brasileira. Escrevi um outro artigo, cujo link segue abaixo, onde discorro sobre esta verdadeira epidemia de deseducação, travestida de sinceridade, que assola o meio direitista em nosso país.
Penso haver ainda um longo caminho pela frente, até que o eleitor médio perceba que não está torcendo por seu participante favorito em uma edição do infame “Big Brother Brasil” ou, pior, em uma final do Brasileirão.
Ambos – Nikolas e Silas – tem pleno direito de emitir suas opiniões, convicções, crenças e toda a visão que tenham a respeito da conjuntura nacional desde que esqueçam, de uma vez por todas, a argumentação “ad hominem”, o xingamento, as acusações pessoais, pois falamos do Brasil e não de pessoas.
Finalizando, devemos respeitar e tolerar o inalienável direito que os outros tem – por mais que nos contrariem ou irritem – de expressar as conclusões mais loucas que suas cabeças tenham chegado.
Caetano Veloso é um comunista, mas disse algo muito certo: “de perto, ninguém é normal”.
PS: Clique aqui e leia o artigo que conclui este raciocínio.