Por Walter Biancardine (*)
Vale comentar três tópicos que vi hoje, no excelente Jornal da Manhã da Rádio Auriverde: o primeiro é a Polícia Federal afirmando haver entregue ao todo-oneroso deus olímpico, o “Inominável”, uma lista com as apurações iniciais de hereges que cometeram a ousadia suprema de desobedecer às ordens de Sua Excrescência e navegar impunemente na banida rede X, antigo Twitter, via VPN.
Confesso-me réu, pelo simples fato de possuir um navegador chamado Ópera, que já vem de fábrica com VPN gratuita e pronta para uso, e “Aquele Que Não Se Pode Dizer O Nome” não lembrou de proibir tal browser. Aliás, sequer lembrou de proibir o uso de VPN – só no X. E um segundo aliás é que proibir tal rede é inconstitucional e, pior, ilegal pelos motivos alegados. Para completar, deixa claro que tais ações da Gestapo – perdoem, da PF – são apenas táticas de implantação do terror e consolidação do medo, em pessoas comuns. Ou multarão e prenderão 20 milhões de brasileiros?
Bola fora, passemos ao próximo tópico – ou “tigre triste”, se quiserem.
O segundo felino melancólico é o projeto de monitorar os CPF’s dos apostadores das plataformas de jogos on-line – verdadeiro surto epidêmico no Brasil – para verificar se, entre os mesmos, encontram-se beneficiários do programa Bolsa-Família.
Mais que o desespero do PT em ver que tal esmola, em lugar de auxiliá-los na manutenção da miséria vigente, está desviando tais recursos para plataformas que – pasmem – são isentas de impostos, o referido projeto deixa claro o vezo totalitário e ditatorial de um governo que tem, por determinação ideológica, o hábito de intrometer-se e saber de tudo o que todos fazem: onde gastam seu dinheiro, com o quê, com quem, onde, quando, como e porquê. Um show de democracia.
Finalizando a passagem por tão triste gato, sempre resta a salutar pergunta sobre os porquês do insaciável Haddad jamais ter pretendido taxar – tal como fez com as “brusinhas da Shopee” – um setor que arrecada bilhões de reais ao ano.
Vamos ao terceiro e último tigre triste e este, mais que causar depressão, despertará a fúria de muitos devotos da mais nova seita adoradora em voga: os Devotos do Divino Marçal.
A assessoria do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou a informação divulgada por Pablo Marçal (PRTB) de ter enviado uma carta ao mesmo. O candidato à prefeitura de São Paulo declarou ter recebido a correspondência após ter sofrido uma agressão do adversário José Luiz Datena, durante o debate da TV Cultura.
De acordo com o conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, “o presidente Trump não enviou nenhuma carta do tipo” e o que existe de concreto é, na realidade, apenas uma correspondência – exibida publicamente pelo encantador de zumbis – de um “Comitê de Campanha” do candidato norte-americano, assinada por uma funcionária do mesmo.
Como último recurso de um adicto que se vê privado de seu vício, perguntarão tais seguidores em fúria: “Então você quer que votemos em Ricardo Nunes, um comunista? Em Boulos, um invasor de terras? Em Tábata Amaral, uma apadrinhada do globalista Lemann?”
Parabéns, o único nome não citado – Marina Helena – é minha escolha pessoal, pois é a única realmente conservadora e que, de fato, apresentou algum projeto de governo.
Encerro esta trilogia de tigres tristes com a recomendação que o eleitor paulistano dê uma retumbante banana verde-amarela aos “institutos de pesquisa”, mostrando aos mesmos que tornou-se imune ao seu veneno.
Quanto aos demais tópicos, peço a Deus que tenham a prudência de refletir – um mínimo que seja – sobre os mesmos pois, por mais que tenha o autor empregado tons cômicos neste artigo, tocam em pontos por demais sérios de nossa miséria ditatorial cotidiana.