Por William Saliba
Ao que parece, nos últimos dias, os céus brasileiros estão mais para voos de vassouras de bruxas do que para os aviões.
A última sexta-feira trouxe um trágico acidente com o voo da Voepass, que resultou em 62 mortes em Vinhedo, São Paulo. Agora, um novo capítulo de desastres se escreve com incidentes que pararam aeroportos e causaram danos a aeronaves. Enquanto o Cenipa investiga as causas do acidente, a Anac, responsável pela regulação do setor, enfrenta uma crescente pressão.
O Brasil, conhecido por suas belas paisagens e pela hospitalidade, está se tornando palco de um pesadelo aéreo. Na manhã desta segunda-feira (12), o voo AD 4225 da Azul teve um pouso problemático no Aeroporto Internacional de Florianópolis, que ficou fechado devido a danos nos pneus do Embraer 195-E2. Uma cena semelhante ocorreu à tarde no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, onde um Boeing 737 de carga estourou um pneu durante o pouso de emergência, interrompendo operações no terminal.
Esses incidentes não são apenas números ou ocorrências isoladas. Eles acendem uma luz de alerta sobre a atual situação da aviação no país. Desde a criação da Anac, em 2005, o objetivo era garantir a segurança e a eficiência das operações aéreas. No entanto, com a sequência de problemas recentes, o papel da agência está sendo questionado.
A Anac tem o dever de fiscalizar e regular, mas a crescente frequência de falhas e acidentes sugere uma possível falha de supervisão. Afinal, é razoável perguntar se o aumento dos problemas não reflete uma certa negligência ou falta de rigor na fiscalização.
Viajar de avião, que antes era uma opção segura e confiável, começa a parecer uma roleta russa no Brasil. E se a Anac não intensificar suas ações para assegurar a integridade dos serviços aéreos, o que resta é uma crescente desconfiança por parte dos passageiros.
O Brasil não pode se permitir tornar-se sinônimo de insegurança aérea. A Anac deve refletir sobre a situação e intensificar suas práticas de fiscalização e regulação.
O investimento em infraestrutura e manutenção adequada das aeronaves não é apenas uma necessidade, mas uma obrigação moral com todos que dependem dos céus para viajar.
Afinal, a segurança deve ser a prioridade em qualquer viagem, e não um mero acaso.
Parece haver negligências… no ar e na terra.