O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro pretende ampliar a cooperação com empresas chinesas e explorar ao máximo as oportunidades de investimento no Brasil. Em entrevista à emissora CNBC, exibida no domingo (17), Haddad destacou a importância da relação estratégica com a China, principal parceira comercial do país.
“A China é o maior parceiro comercial do Brasil. O presidente Xi [Jinping] vem ao Brasil essa semana exatamente para firmar um acordo estratégico”, declarou o ministro, indicando o interesse mútuo em fortalecer a colaboração econômica.
Haddad ressaltou que o governo está empenhado em atrair empresas chinesas, especialmente nos setores de infraestrutura e tecnologia. Segundo ele, construtoras chinesas já participam de licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), enquanto montadoras e empresas voltadas à produção de painéis solares demonstram interesse em instalar unidades no Brasil.
“Eles têm a Rota da Seda, uma visão de desenvolvimento global, e querem ser parceiros do Brasil. Vamos explorar todas as possibilidades de trazer empresas chinesas para cá, gerando empregos e impulsionando setores estratégicos”, afirmou.
Além de infraestrutura, o ministro destacou o potencial tecnológico da China em áreas como energia solar, que poderiam beneficiar o desenvolvimento sustentável brasileiro.
INDEPENDÊNCIA NAS RELAÇÕES ECONÔMICAS GLOBAIS
Durante a entrevista, Haddad também defendeu que o Brasil não deve se limitar a uma única aliança econômica, reforçando a necessidade de diversificação nas parcerias internacionais. Ele mencionou a importância de manter relações equilibradas com a China, a União Europeia e os Estados Unidos.
“Por que o Brasil, do tamanho que ele é, teria que se associar exclusivamente a um desses três blocos econômicos?”, questionou Haddad. “Nossas complementaridades são diferentes em cada caso. Exportamos manufatura para os Estados Unidos, mas não para a China. O Brasil não precisa e não deve se acoplar como um satélite de uma economia maior.”
A declaração reflete a política externa do governo federal, que busca aproveitar as características e demandas específicas de cada parceiro econômico para maximizar os benefícios ao país.
VISITA DE XI JINPING AO BRASIL
A visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil nesta semana marca um momento importante na relação bilateral. A agenda inclui a assinatura de acordos que prometem impulsionar o comércio, os investimentos e a colaboração tecnológica entre os dois países.
Com essas ações, o governo pretende consolidar o Brasil como um ator relevante no cenário econômico global, equilibrando suas parcerias e explorando oportunidades em mercados diversificados.