As empresas estatais brasileiras acumularam um déficit recorde de R$ 7,4 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (11). O número representa um aumento de 258,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O resultado negativo foi impulsionado principalmente pelas estatais federais, que registraram um déficit de R$ 4,18 bilhões, valor 1.486% superior ao observado em 2023. As empresas estaduais também contribuíram significativamente para o rombo, com saldo negativo de R$ 3,26 bilhões, apresentando crescimento de 122,3% em relação ao ano passado.
O Ministério da Gestão e Inovação argumenta que o déficit não deve ser considerado como principal indicador para avaliar o desempenho das companhias. Segundo a pasta, o saldo das receitas e despesas primárias não considera os recursos em caixa disponíveis de exercícios anteriores.
Um exemplo dessa disparidade é a Casa da Moeda do Brasil, que em 2023 apresentou déficit de R$ 125 milhões, mas alcançou lucro líquido de R$ 202 milhões, valor significativamente superior aos R$ 23,4 milhões registrados em 2022. O ministério ressalta que empresas podem registrar déficit mesmo com aumento do lucro, especialmente quando estão em fase de expansão ou modernização.
Os números fazem parte do relatório “Estatísticas Fiscais” e representam o pior resultado desde 2012, quando teve início a série histórica do Banco Central. O levantamento considera todas as receitas e despesas das empresas públicas federais, estaduais e municipais, embora não contabilize o lucro líquido das estatais.