Hoje é um dia crucial para os mercados, com a divulgação dos dados do Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE) nos Estados Unidos, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve. As projeções indicam uma alta de 0,2% em agosto, com uma variação anual de 2,6%. O núcleo do PCE, que exclui os preços voláteis de alimentação e energia, também deve apresentar um aumento de 0,2% no mês e 2,7% no ano.
Repercussões do PCE e expectativas para a política monetária
Esses números são essenciais para que o Fed determine o tamanho do próximo ajuste nas taxas de juros, que pode ocorrer na reunião de setembro. O mercado está dividido, com a maioria apostando em um corte de 0,25 ponto percentual, enquanto uma parcela menor ainda considera a possibilidade de um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual.
Na semana passada, Jerome Powell, presidente do Fed, indicou que o momento de afrouxar a política monetária pode estar próximo, mas que essa decisão dependerá dos dados econômicos e da evolução das perspectivas de inflação e emprego.
Impacto no mercado cambial e econômico
Ontem, o dólar subiu mais de 1%, impulsionado por dados econômicos robustos nos EUA, como o PIB do segundo trimestre, que cresceu 3%, superando as estimativas de 2,8%. Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego vieram abaixo do esperado, reforçando as expectativas de que o Fed possa optar por um corte menor nos juros, de 0,25 p.p., mantendo a economia sob controle.
Ibovespa em queda após realização de lucros
No Brasil, o Ibovespa recuou cerca de 1%, refletindo um movimento de realização de lucros após atingir máximas históricas recentes. A queda foi motivada principalmente pelo desempenho negativo das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), varejistas, e da companhia aérea Azul (AZUL4). Esta última registrou uma queda significativa de mais de 20% ao longo do dia, após a notícia de que a empresa estaria buscando alternativas para renegociar suas dívidas.
Perspectivas para o Pregão de Hoje
Com o mercado de olho na divulgação do PCE, os investidores brasileiros devem continuar atentos aos desdobramentos nos Estados Unidos, que têm grande influência sobre a política monetária global. No cenário doméstico, a realização de lucros pode continuar a pressionar o Ibovespa, especialmente se os dados econômicos americanos surpreenderem negativamente.