O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quarta-feira (21), representantes da indústria de papel e celulose no Palácio do Planalto. O encontro teve como objetivo anunciar um ambicioso plano de investimentos para o setor até 2028, que promete gerar cerca de 36 mil empregos temporários durante as obras e 7,3 mil postos permanentes após a conclusão dos projetos.
O plano apresentado pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), entidade que representa 47 empresas do setor, inclui a abertura de novas fábricas, ampliação de unidades existentes e melhorias na infraestrutura logística para escoamento da produção. Esse conjunto de ações visa fortalecer ainda mais a posição do Brasil como segundo maior produtor mundial de celulose e líder nas exportações do produto.
Segundo a Agência Gov, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o presidente da IBÁ, Paulo Hartung, também participaram da reunião, demonstrando o alto nível de interesse do governo nessa iniciativa do setor privado.
A indústria de papel e celulose tem sido um importante motor da economia brasileira. Em 2023, o setor gerou US$ 10,3 bilhões em divisas para o país, com um saldo comercial positivo de US$ 9,2 bilhões. Além disso, a atividade se destaca por sua sustentabilidade, com 90% da energia utilizada nos processos produtivos proveniente de fontes renováveis.
O Brasil possui atualmente quase 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas, principalmente com eucalipto e pinus. Essa base florestal não apenas alimenta a indústria de papel e celulose, mas também contribui para a produção de painéis de madeira, pisos laminados e biomassa.
O anúncio desses investimentos chega em um momento oportuno para a economia brasileira, que busca estimular o crescimento e a geração de empregos. A expansão do setor de papel e celulose poderá ter um efeito multiplicador significativo, beneficiando não apenas as regiões onde as novas fábricas serão instaladas, mas também toda a cadeia de suprimentos associada.
Especialistas do setor apontam que os investimentos planejados refletem a confiança dos empresários no potencial de crescimento do mercado global de papel e celulose, bem como na competitividade da indústria brasileira. A expectativa é que o aumento da capacidade produtiva permita ao Brasil ampliar sua participação no mercado internacional, aproveitando vantagens comparativas como o rápido crescimento das florestas plantadas e a eficiência logística.
O governo federal vê com otimismo essa movimentação do setor privado, alinhando-se com políticas de estímulo à indústria nacional, como o recém-lançado programa Nova Indústria Brasil. A iniciativa do setor de papel e celulose pode servir de exemplo para outros segmentos industriais, demonstrando o potencial de crescimento sustentável da economia brasileira.
Entretanto, desafios permanecem no horizonte. A implementação bem-sucedida desses projetos dependerá de fatores como a manutenção de um ambiente regulatório estável, investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, e a capacidade de atrair e treinar mão de obra qualificada para as novas operações.
À medida que os projetos anunciados começam a sair do papel, a expectativa é que o setor de papel e celulose continue a desempenhar um papel crucial na economia brasileira, contribuindo para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e o fortalecimento da posição do país no comércio internacional.