O Instituto Atlas Intel divulgou uma pesquisa revelando que mais de 80% dos brasileiros não aderiram à narrativa amplamente divulgada de que os eventos de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foram uma tentativa de golpe de Estado.
A pesquisa, realizada digitalmente com 1.2 mil pessoas em todas as regiões brasileiras nos dias 7 e 8 de janeiro de 2024, revelou que apenas 18,8% dos entrevistados consideram a versão de tentativa de golpe como a explicação principal para os atos de vandalismo no 8 de janeiro.
Aliados históricos do Partido dos Trabalhadores (PT), como os ex-ministros Aldo Rebelo e Miro Teixeira, rejeitaram a narrativa de golpe, classificando os eventos como resultado da ação de “baderneiros” e não como um movimento planejado para desestabilizar o governo.
Miro, por sua vez, acrescenta que sequer se sabe se o ex-presidente Jair Bolsonaro seria aceito pela cúpula militar, como informado aqui na Revista Sociedade Militar.
Também o renomado jurista Ives Gandra Martins compartilha dessa visão, a exemplo de Miro Teixeira, destacando a improbabilidade da participação das Forças Armadas em um golpe de Estado.
A pesquisa revelou ainda que 34,2% dos entrevistados acreditam que as invasões foram motivadas por fanatismo político e polarização, enquanto 20,8% atribuem os eventos a alegações de fraude eleitoral. Apenas 2,4% consideram patriotismo como causa principal.
Além disso, a pesquisa abordou a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro na incitação dos eventos. 44% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro não foi responsável por incitar os atos, enquanto 43,3% defendem que ele não deve ser punido por essa alegação.
Quando se trata das punições aplicadas aos envolvidos nos ataques, 42,8% dos entrevistados consideram que as penalidades têm sido exageradas, contrastando com os 36,1% que acreditam que foram adequadas e os 14,2% que as consideram insuficientes.