O presidente Lula (PT) desistiu de indicar o ex-ministro Guido Mantega para assumir a diretoria ou liderança da empresa mineradora Vale. Em meio às especulações da possível chegada do ex-ministro na mineradora, a empresa perdeu R$ 39,3 bilhões em valor de mercado durante o mês de janeiro.
O desejo de colocar Mantega na Vale é visto como um esforço pessoal do presidente Lula. Isso porque o ex-ministro atuou nas pastas de Planejamento e Fazenda, presidiu o BNDES nos dois mandatos de Lula, e também compôs a área estratégica da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, negou ter imposto a entrada de Mantega na Vale. Nesta sexta-feira (26), o ministro disse ter “admiração” por Mantega, mas refutou a suposta indicação para a companhia. De toda maneira, Mantega deve divulgar uma carta na qual informará abrir mão de ir para a empresa.
“Qual foi a fonte que disse que eu liguei indicando Mantega para suceder o atual presidente da Vale? Eu converso sempre com o ministro Mantega, tenho admiração profunda pelo ministro mais longevo da República, é alguém que é profundo conhecedor, maduro. Meu elogio às qualidades do ministro não tem correlação com uma indicação ou, pior, imposição. Minha crítica: usaram a palavra chantagem sem falar a fonte, isso é muito sério”, afirmou Silveira.
APOIO
Nessa quinta-feira (25), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu a indicação de Mantega à Vale. Pelas redes sociais, ela apontou o ex-ministro como um dos “pouquíssimos brasileiros” com qualificação para estar no conselho administrativo da mineradora, grupo composto por representantes dos acionistas.
Em fala nesta sexta, Silveira criticou a demora na reparação de todas as vítimas da tragédia em Brumadinho (MG) — na quinta, o rompimento da barragem completou cinco anos. Lula também mostrou indignação semelhante em publicação sobre a data.
“Acho que muito grave termos, ontem, uma data de cinco anos do acidente de Brumadinho sem nenhuma reparação mais vigorosa, não à altura ainda do que a sociedade de Minas Gerais espera da Vale. A questão de Mariana está em discussão, mas sem consenso”, afirmou o ministro de Minas e Energia.