A urgência em resolver os problemas na BR-381 contrasta com a longa espera por melhorias efetivas. Conhecido como “Rodovia da Morte”, o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares tem sido alvo de promessas de duplicação há décadas. Em agosto, acontecerá o terceiro leilão de concessão da rodovia em três anos consecutivos, na tentativa de encontrar uma empresa disposta a assumir a administração e as necessárias obras de melhoria.
Mesmo com o governo federal assumindo a responsabilidade pela execução das obras entre Belo Horizonte e Caeté, ativistas da causa elaboraram sugestões para aliviar os problemas na chegada e saída da capital mineira antes que intervenções mais complexas sejam iniciadas.
CONCESSÃO E OBRAS EM TRECHO CRÍTICO
O governo federal aposta no sucesso da concessão deste ano ao assumir as obras no trecho mais crítico da BR-381. A rodovia foi dividida em dois lotes entre Belo Horizonte e Caeté. O edital para a contratação de empreiteiras para o lote 8A já foi publicado.
O documento que estabelece as diretrizes para o lote 8B, abrangendo o trecho do Anel Rodoviário até Ravena, ainda está em fase de elaboração. Este trecho é especialmente desafiador para a duplicação, devido à necessidade de remoção de famílias que vivem às margens da rodovia e à intensa confluência de tráfego da região metropolitana de Belo Horizonte.
PROPOSTAS DO MOVIMENTO
Enquanto o edital do lote 8B não é finalizado, o Movimento Pró-Vidas da BR-381, composto por ativistas, prefeitos e parlamentares das cidades cortadas pela estrada, elaborou um documento com seis sugestões para mitigar os problemas no trecho que compreende a chegada a Belo Horizonte. O grupo considera urgente a implementação de medidas paliativas, sem esperar pela conclusão das obras de duplicação.
“Reunimos essas ações paliativas porque há um consenso entre prefeitos e presidentes de câmaras de que são necessárias soluções imediatas para o trecho mais problemático da rodovia. Já houve casos de mortes em engarrafamentos na entrada de Belo Horizonte. Precisamos de providências que amenizem os transtornos, inclusive durante a realização das obras,” explica Clésio Andrade, coordenador do Movimento Pró-Vidas da BR-381.
DESAFIOS NA CHEGADA A BH
O congestionamento na proximidade da capital é agravado pela grande quantidade de casas junto ao asfalto e pela mistura de fluxos de veículos de diferentes origens, tornando o trânsito impraticável. Em dezembro passado, uma reportagem do Estado de Minas levou duas horas e meia para percorrer os 13 quilômetros da saída de BH em direção a Governador Valadares, um trajeto que normalmente levaria pouco mais de 20 minutos.
A morosidade na produção do edital para o lote 8B é outro complicador. Enquanto o edital do lote 8A foi publicado em maio, a situação no trecho crítico de BH ainda aguarda soluções. O Movimento Pró-Vidas espera que algumas de suas reivindicações sejam incorporadas no edital que será apresentado às empreiteiras em outubro.
AÇÕES SUGERIDAS
Entre as propostas do Pró-Vidas, destaca-se a construção de uma faixa adicional entre o fim do Anel Rodoviário e o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sabará. O grupo também sugere a retirada de uma chicane em frente à base da PRF, que só deve ser mantida durante operações específicas da corporação, pois o zigue-zague na pista reduz significativamente a velocidade dos veículos pesados.
Outra intervenção é a construção de uma ponte metálica sobre a via-férrea próxima ao Posto Beija-Flor, permitindo a continuidade da faixa adicional sem causar estrangulamento do tráfego.
A instalação de câmeras de monitoramento de tráfego em pontos estratégicos é uma proposta para facilitar operações de pare e siga e a inversão de faixas em momentos de trânsito intenso, como em acidentes. Pontos sugeridos incluem o trevo de Ravena, o Posto Fumaça, a passarela de pedestres no bairro Bom Destino, o Posto da PRF, o posto antes da Ponte do Rio das Velhas e o Posto Beija-Flor.
Por fim, o grupo sugere a adoção de manobras de inversão de mão nos fins de semana e vésperas de feriados. A instalação de uma faixa adicional permitiria que os sentidos mais movimentados tivessem uma via extra nos momentos de maior fluxo de veículos.