O ministro Herman Benjamin assumiu a Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com um discurso marcado por pautas progressistas e críticas às desigualdades sociais. Em cerimônia realizada nesta quinta-feira (22), o novo presidente abordou temas como combate à fome, defesa de minorias e críticas à concentração de renda, tendo ao seu lado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Benjamin destacou a importância de um Judiciário mais inclusivo, expressando preocupação com a baixa representatividade de mulheres e afrodescendentes nos altos cargos da magistratura. “Aflição com o pequeno número de mulheres, afro-brasileiros e minorias na cúpula do Judiciário”, afirmou o ministro, enfatizando a necessidade de mudanças nesse cenário.
O discurso do novo presidente do STJ também abordou questões sociais prementes, como a fome e a desnutrição. “O Estado de Direito como projeto inclusivo para todos só será universal quando acabar a fome e a desnutrição”, declarou Benjamin, ressaltando a importância de um sistema jurídico que atenda às necessidades dos mais vulneráveis.
Em diversos momentos, o ministro fez referências indiretas ao presidente Lula, que estava presente na cerimônia. Benjamin mencionou a trajetória de uma criança que sai de uma região pobre do país e chega à Presidência da República, numa clara alusão à história de vida do atual mandatário. Além disso, citou o exemplo de uma criança que sonha em comer uma maçã vista na feira, remetendo a um relato frequentemente compartilhado por Lula sobre sua infância.
O novo presidente do STJ também expressou preocupação com a evasão de juízes da carreira pública, um fenômeno que, segundo ele, merece atenção e estudos para ser enfrentado. Benjamin destacou a importância de valorizar os magistrados e compreender as razões que levam alguns a deixarem a carreira judicial para buscar outras profissões.
Ao longo de seu discurso, Herman Benjamin reafirmou o compromisso com um Judiciário mais próximo das necessidades da população, especialmente dos mais vulneráveis. “Se a lei é para todos, quem mais dela precisam são os vulneráveis”, declarou, enfatizando o papel do Poder Judiciário na promoção da justiça social.