Por Sebastião Gomes
O que é saúde? Segundo a ONU saúde não é só ter ausência de doenças, mas qualidade de vida. Como anda a qualidade de vida da nossa população ipatinguense? Foi-se o tempo que a poluição atmosférica por causa da proximidade da usina era considerada o ponto mais grave da nossa comunidade.
Como aposentado desta indústria, sinto na obrigação de testemunhar o quanto foi investido no controle de emissão de particulados, tratamento de água e resíduos sólidos. Hoje a empresa continua investindo cada vez mais e já existe uma previsão de emissão de particulados bem abaixo do solicitado pelos órgãos ambientais.
E daí? Do que você quer reclamar?
Infelizmente nos últimos 10 anos estamos convivendo com outras pandemias, como o avanço das drogas, a escalada da violência, depreciação dos valores morais, familiares, cívicos e religiosos, e o desrespeito aos direitos do outro.
A nossa saúde está indo “pro saco” literalmente falando. Já estamos nos sentindo “prisioneiros” dentro da nossa casa. Não temos paz para ouvir uma transmissão de TV ou desfrutar do silencio dentro do nosso lar. Somos “açoitados” por uma barulheira dos infernos vindo de motos e carros de propaganda passando frequentemente pelas ruas.
Quem nos poderá salvar?
Infelizmente o que se constata na realidade é que os órgãos de segurança atuais (polícias militar e civil) já não estão dando conta de tanta demanda. O cidadão tem a percepção que estamos fora do controle. Urgem medidas corretivas!
Recentemente foi criada a Guarda Municipal de Ipatinga. Qual é a extensão atribuída a ela? Resposta: ainda não sei!
De qualquer forma lanço o seguinte desafio: será que a Guarda Municipal poderia tomar conta da absurda poluição sonora da nossa cidade?
Uma pessoa trabalhando em área insalubre (com ruídos acima de 80 decibéis) tem o direito de aposentadoria especial com 25 anos de trabalho. A exposição do ser humano ao ruído excessivo é nociva à saúde humana. Qual o limite de exposição? Qual o tempo de exposição?
Atualmente estamos sendo importunados por carros e motos de propaganda, exaustores industriais de algumas padarias, Trenzinhos da Alegria, motos de todas as cilindradas com escapamento aberto e, mais recentemente, pelas bicicletas motorizadas e sem silencioso. Ou seja: um verdadeiro flagelo por abuso sonoro.
Percebe-se também o aumento do fluxo de bicicletas motorizadas, com adolescentes (10 a 16 anos), disputando espaço nas vias de rolamento e colocando em risco de acidentes seus condutores. Está difícil! Quem vai tomar alguma medida?
Invariavelmente tenho medido o nível de ruído através de um aplicativo da internet. Todos estavam acima de 80 decibéis.
Será que a Guarda Municipal de Ipatinga poderia assumir o papel de “guardiã da nossa qualidade de vida”?