A forte onda de calor que provocou altas temperaturas e sensações térmicas na região Centro-Sul do Brasil deve perder força a partir desta quarta-feira (20). A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que a onda de calor terminou nessa segunda (18), com previsão de chuvas intensas para todo o país.
MAS O QUE PODEMOS ESPERAR COM ISSO, ALÉM DA CHEGADA DO OUTONO?
O portal Metrópoles conversou com meteorologistas para entender. Eles destacaram que as temperaturas vão ficar gradativamente mais amenas nesta semana, contudo, ainda não será possível se livrar totalmente do calorão.
A expectativa, conforme os avisos meteorológicos, é de que essa virada no clima comece na quinta (21) em partes do Brasil. Essa queda deve começar na Região Sul e, na sexta (22), o ar frio passa a invadir o interior do país.
De acordo com Olivio Bahia, meteorologista do Inmet, segunda seria o último dia da onda de calor — quando a temperatura fica 5°C acima da média por período maior do que cinco dias —, mas isso “não significa que vai esfriar”.
Esse fenômeno climatológico ficou restrito ao Rio de Janeiro, ao leste do estado de São Paulo e a parte do sul e sudeste de Minas Gerais. E, no momento, outras áreas que estão quentes deixam de cumprir os critérios para estarem sob efeitos de uma onda de calor.
“Nada muito significativo em relação às temperaturas mínimas, de qualquer forma um alívio para o calor que sentíamos. Não esfria tanto, mas fica menos quente. De qualquer forma, deve ter um refresco a partir do meio da semana. Já saímos da onda de calor, até porque aumentou a nebulosidade e a instabilidade na Região Sudeste, onde já começa a chover”, diz Olívio.
Natálio Abrahão Filho, meteorologista do Climatempo, explica que o centro de alta pressão no Paraguai que estava mantendo o calor nas regiões do Centro-Sul do Brasil vai “se afastar para o oceano e formar uma espécie de desbloqueio atmosférico”, permitindo a volta das chuvas no Sul e Sudeste.
Ele reforça que as “temperaturas caem gradativamente, mas não vai acabar o calor”. Segundo Natálio, o El Niño ainda ficará ativo no Oceano Pacífico até meados de abril, quando as temperaturas nessa região ficam mais frias.
Para os próximos três meses, Olívio destaca que o volume de chuvas ficará abaixo do normal no extremo norte das regiões Norte e do Nordeste — onde ainda é época de muita chuva —, resultando em um trimestre relativamente seco. Além de temperaturas acima da média em grande parte do país.
Confira o prognóstico climatológico para abril, maio e junho:
— Norte: condições favoráveis para chuva abaixo da média histórica em grande parte da região devido a possíveis impactos do El Niño. Áreas do norte de Roraima, noroeste e sudoeste do Amazonas e oeste do Acre têm previsão de chuva próxima ou acima da média durante o trimestre.
— Nordeste: condições favoráveis de chuva abaixo da média em toda a região, principalmente no centro-norte. Essas características também estão associadas aos impactos do El Niño e aquecimento anômalo das águas do oceano Atlântico Tropical Norte. Apesar desse cenário, poderá ocorrer chuvas intensas pontuais, especialmente na faixa leste da Região.
— Centro-Oeste: tendência de chuva próxima ou abaixo da média histórica em grande parte da Região. Partes de Mato Grosso do Sul podem ter chuva ligeiramente acima da climatologia prevista para o trimestre.
— Sudeste: chuva ligeiramente acima da climatologia, especialmente em áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais. Outras áreas devem seguir a tendência de chuva próxima e ligeiramente abaixo da média.
— Sul: previsão de chuva acima da média, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A presença de massas de ar frio nos próximos meses podem provocar a queda das temperaturas.