O governo argentino revelou a identidade de Hussein Ahmad Karaki como chefe do grupo terrorista Hezbollah na América Latina e solicitou um alerta vermelho à Interpol para sua prisão internacional. O terrorista é acusado de planejar ataques contra alvos judaicos em diversos países da região, incluindo o Brasil.
A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, anunciou que Karaki participou dos atentados à Embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992 e ao prédio da AMIA em 1994. A investigação contou com apoio das autoridades brasileiras e paraguaias.
Segundo as investigações, o terrorista atua no continente desde os anos 1990. Em 2004, recebeu um passaporte venezuelano com o nome falso de David Assi. Documentos mostram que Karaki comprou o carro-bomba usado no ataque à embaixada israelense usando documentação colombiana fraudulenta no nome de Alberto León Nain.
As autoridades argentinas revelaram que, após o atentado de 1992, o terrorista fugiu de Buenos Aires para Foz do Iguaçu horas antes da explosão. Atualmente, Karaki encontra-se refugiado no Líbano, assim como outros suspeitos dos atentados.
O caso ganhou nova relevância após recentes ameaças do governo iraniano contra a Argentina. Em julho deste ano, um jornal controlado pelo regime do Irã publicou advertências veladas ao governo argentino, em meio às investigações que apontam o envolvimento do país e do Hezbollah nos ataques que deixaram dezenas de mortos.
Brasil e Paraguai manifestaram apoio ao pedido de alerta vermelho da Interpol solicitado pela Argentina para localizar e prender Hussein Ahmad Karaki. A medida representa um avanço significativo nas investigações sobre a atuação do Hezbollah na América Latina, que há décadas preocupa as autoridades de segurança da região.