Israel bombardeou o centro de Beirute, capital do Líbano, nesta sexta-feira (27), em uma operação que afirma ter atingido o quartel-general do grupo extremista Hezbollah. O ataque, considerado o mais intenso desde o início do confronto, ocorreu pouco mais de uma hora após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram vários prédios atingidos no sul da capital libanesa, com uma grande coluna de fumaça se erguendo após o impacto dos mísseis. O alvo, segundo as Forças Armadas de Israel (FDI), estava localizado no bairro de Dahieh, uma área densamente povoada.
A justificativa israelense para a ação é que o Hezbollah, grupo armado financiado pelo Irã, utiliza civis libaneses como “escudos humanos” ao posicionar suas bases em meio a áreas residenciais. Este ataque faz parte de uma série de bombardeios realizados por Israel nas últimas semanas, intensificando o conflito na região.
A escalada de violência entre as duas partes teve início após a explosão de dispositivos de comunicação pertencentes a membros do Hezbollah, que culparam Israel pelos ataques. Desde então, o Líbano vive uma onda de bombardeios que tem forçado um grande número de pessoas a deixarem o país.
A ACNUR, agência da ONU para refugiados, informou que mais de 30 mil libaneses fugiram para a Síria nas últimas 72 horas. Além disso, milhares de outros tentam sair do país, mas enfrentam dificuldades devido ao cancelamento de voos por diversas companhias aéreas nos aeroportos libaneses.
O Itamaraty está monitorando a situação e avaliando a repatriação de brasileiros que desejam deixar o Líbano. Atualmente, cerca de 21 mil brasileiros residem no país, formando a maior comunidade brasileira no Oriente Médio.
Em Israel, os ataques do Hezbollah com mísseis e foguetes também obrigaram milhares de pessoas do norte do país a abandonarem suas casas. O governo israelense garantiu que a ofensiva só terminará quando for possível assegurar a segurança dos moradores, permitindo seu retorno. Apesar dos pedidos de cessar-fogo feitos por diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Emirados Árabes, Netanyahu rejeitou qualquer trégua na quinta-feira, 26, mantendo a postura de continuar a operação militar até atingir seus objetivos.