A Venezuela retirou seu embaixador no Brasil nesta quarta-feira (30) em resposta ao veto brasileiro à entrada do país no bloco dos Brics. O governo de Nicolás Maduro classificou a decisão como uma “agressão” e acusou o assessor presidencial Celso Amorim de ser “mensageiro do imperialismo norte-americano”.
A crise diplomática entre Brasil e Venezuela ganhou novos contornos após a decisão do governo brasileiro de manter o veto à entrada do país caribenho no grupo dos Brics. A decisão foi tomada durante a cúpula realizada em Kazan, na Rússia, e provocou forte reação do governo venezuelano.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela manifestou seu descontentamento com o que chamou de “grosserias” do governo brasileiro. A pasta criticou especialmente a postura do assessor de assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, considerando suas declarações como hostis.
O governo venezuelano alegou ter recebido apoio e respaldo dos demais participantes da cúpula para formalizar sua adesão ao bloco de integração. No entanto, a delegação brasileira, chefiada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que havia sido estabelecido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A justificativa brasileira para a manutenção do veto baseou-se em um “rompimento de confiança” com o governo de Nicolás Maduro, especialmente após as eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho. Esta explicação, contudo, foi considerada “inexplicável e imoral” pelo governo venezuelano.
A convocação do embaixador venezuelano para consultas não tem prazo definido para término, o que aumenta a incerteza sobre o futuro das relações diplomáticas entre os dois países. Esta medida é tradicionalmente utilizada na diplomacia para demonstrar insatisfação com ações de outros países, podendo ser temporária ou preceder um rompimento mais sério das relações bilaterais.