O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou nesta segunda-feira (14) que Israel atacará “impiedosamente” o Hezbollah em todo o Líbano, incluindo a capital Beirute. A afirmação ocorre em meio à escalada de tensões na fronteira entre os dois países, marcada por intensos bombardeios mútuos nos últimos dias.
O conflito na região se intensificou após um ataque com drones do Hezbollah no norte de Israel no domingo, que deixou quatro soldados israelenses mortos e mais de 60 pessoas feridas. Em resposta, Israel realizou diversos bombardeios em território libanês, atingindo inclusive áreas cristãs no norte do país.
As Forças de Defesa de Israel anunciaram a morte de Muhammad Kamel Naeem, comandante da Unidade de Mísseis Antitanque das Forças Radwan do Hezbollah. Segundo comunicado israelense, Naeem era responsável por planejar e executar diversos ataques contra civis.
O grupo extremista libanês, por sua vez, realizou uma série de lançamentos de mísseis contra o território israelense nas últimas horas. Alguns projéteis foram interceptados, enquanto outros caíram em áreas abertas sem causar feridos, de acordo com as autoridades israelenses.
A situação humanitária no Líbano se agrava com o prolongamento do conflito. O governo libanês estima que cerca de 2.000 pessoas já morreram devido aos ataques israelenses desde o início dos bombardeios em 20 de setembro. A maioria das vítimas seriam civis, apesar de Israel afirmar que os alvos são estruturas específicas do Hezbollah.
A tensão também aumenta entre Israel e as forças de paz da ONU no sul do Líbano. A organização acusou tanques israelenses de invadirem uma de suas bases no domingo, o que foi contestado por Israel. Netanyahu chegou a pedir a retirada das tropas da ONU, alegando que elas estariam servindo de “escudos humanos” para o Hezbollah.
Diante do agravamento da situação, a Embaixada dos Estados Unidos no Líbano reforçou o apelo para que seus cidadãos deixem o país imediatamente, alertando que os voos de repatriação não continuarão indefinidamente.
O conflito atual representa uma nova fase da guerra iniciada por Israel, com foco no norte do país, próximo à fronteira com o Líbano. A região é considerada um reduto do Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã e que mantém confrontos históricos com Israel.
Analistas temem que a escalada das hostilidades possa levar a um conflito mais amplo na região, envolvendo outros atores como o Irã, principal apoiador do Hezbollah. A comunidade internacional acompanha com apreensão o desenrolar dos eventos, buscando evitar uma conflagração regional de maiores proporções.