A Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou, nesta terça-feira (30), que não reconhece o resultado da eleição na Venezuela, que culminou na reeleição de Nicolás Maduro. Em um relatório divulgado recentemente, a organização apontou diversas irregularidades e indícios de fraude, colocando em dúvida a legitimidade do processo eleitoral.
No domingo, 28 de julho, os venezuelanos foram às urnas e, na madrugada do dia seguinte, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, mesmo com 80% das urnas ainda não apuradas. O candidato oposicionista Edmundo González, que substituiu María Corina Machado na corrida presidencial, obteve 44% dos votos, segundo o CNE. Entretanto, a oposição contestou o resultado, alegando fraude e irregularidades no processo.
De acordo com o relatório da OEA, o regime venezuelano teria distorcido os números da apuração para favorecer Maduro. Um dos pontos levantados foi a demora na divulgação dos resultados, justificada pelo CNE como um “ataque hacker”. Além disso, o documento menciona denúncias de ilegalidades, vícios e más práticas durante a eleição.
A OEA destacou que o CNE considerou Maduro vencedor sem apresentar dados suficientes para comprovar o resultado e observou que os números oficiais continham “erros aritméticos”. A organização também comunicou que o regime venezuelano usou seu “esquema repressivo” para distorcer o resultado eleitoral, o que, segundo a OEA, deixou o processo vulnerável a manipulações.
María Corina Machado, madrinha política de Edmundo González, afirmou que teve acesso a 73% das atas da eleição, que, segundo ela, indicam a vitória de González. A oposição venezuelana continua a contestar o resultado, aumentando a pressão sobre o regime de Maduro e o CNE.
A situação na Venezuela atraiu atenção internacional, com diversos líderes e organizações questionando a transparência e a integridade do processo eleitoral. A OEA, com seu relatório contundente, reforça a necessidade de um escrutínio mais rigoroso sobre as práticas eleitorais no país.
Nas redes sociais, a reação foi intensa, com muitos usuários expressando apoio à necessidade de uma auditoria minuciosa e ao reconhecimento da oposição. A comunidade internacional aguarda por mais desenvolvimentos e possíveis intervenções diplomáticas para resolver o impasse.