Uma série de atos de sabotagem contra a rede ferroviária francesa SNCF, causou caos e atrasos, afetando cerca de 800.000 passageiros. Marine Le Pen, líder do partido Rassemblement National (RN), criticou duramente os ataques, atribuindo-os à extrema-esquerda.
“Centenas de milhares de franceses preparavam-se para sair de férias e agora estão presos nas estações. A violência e a sabotagem contra a propriedade pública tornaram-se métodos operacionais comuns do movimento de extrema-esquerda”, afirmou Le Pen. Ela destacou ainda a necessidade de uma ação mais firme do Estado para acabar com a impunidade.
O presidente do RN também se manifestou, condenando os atos de sabotagem e exigindo punições severas para os responsáveis. “É um ato de traição enquanto o mundo inteiro está de olhos postos em França e na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos”, escreveu nas redes sociais.
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
A condenação aos ataques não se limitou à França. O chanceler alemão, Olaf Scholz, descreveu os ataques como inaceitáveis e pediu uma resposta decisiva das autoridades francesas. “Interromper tal celebração da paz com atos de violência nunca pode ser aceito”, afirmou Scholz durante uma visita à Embaixada da Alemanha em Paris.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, foi ainda mais longe, acusando o Irã e o Islã radical de influência no planejamento e execução do ato de sabotagem.
DETALHES DO ATAQUE
Na manhã do dia 26 de julho, a SNCF relatou um “ataque massivo” à rede ferroviária expressa. Pessoas não identificadas realizaram ataques incendiários em diversas instalações, incendiando linhas com cabos de fibra óptica, essenciais para a segurança dos trens e para o acionamento dos interruptores. As forças de segurança e os serviços secretos foram mobilizados para encontrar e punir os autores dos atos criminosos.
A Ministra Federal do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, destacou a seriedade das ameaças e a importância de medidas de segurança fortes para proteger os Jogos Olímpicos. A Prefeitura de Polícia de Paris anunciou que está concentrando seu pessoal nas estações ferroviárias da cidade para garantir a segurança.
HISTÓRICO DE SABOTAGENS
Ataques de sabotagem à infraestrutura ferroviária não são novidade. Em janeiro de 2023, durante protestos contra a reforma das aposentadorias, vândalos incendiaram 600 cabos, causando inúmeros cancelamentos de trens. Na Alemanha, radicais de esquerda cometeram incêndios criminosos em poços de cabos ferroviários em setembro passado como forma de protesto.
Embora ainda não esteja claro quem está por trás dos ataques recentes, o modus operandi sugere uma ligação com a militância de extrema-esquerda. O primeiro-ministro Gabriel Attal pediu cautela ao especular sobre os autores, reforçando a necessidade de uma investigação minuciosa.
A sabotagem teve um impacto significativo na vida de milhares de franceses, que se preparavam para suas férias e agora enfrentam incerteza e frustração. A ministra dos Esportes da França, Amelie Oudea-Castera, condenou o vandalismo, classificando-o como horrível e prejudicial para a imagem do país durante um evento de importância global como os Jogos Olímpicos.