(*) Por Alice Costa
Dezembro chegou, e com ele vem o fim do ano, as festas, os encontros familiares e também aquele caos financeiro típico de um mês que parece ser movido a tentações e pressão social. Definitivamente, o último mês do ano não é para amadores.
Para muitos, dezembro representa a culminação de um ciclo que talvez tenha sido desafiador financeiramente, mas que pede, mesmo assim, celebrações à altura das expectativas. No meio do entusiasmo, porém, não podemos ignorar o risco de transformar o janeiro seguinte em um mês de sofrimento e desespero.
É fácil sucumbir à ideia de que é preciso “compensar” um ano difícil com um dezembro grandioso. Presentes caros, festas elaboradas e ceias dignas de cinema passam a ser quase obrigações sociais. Quem nunca gastou mais do que podia para não deixar de presentear alguém? Quem nunca comprometeu o orçamento do próximo ano para garantir que a virada fosse memorável?
O consumo emocional é um dos grandes vilões de dezembro. É como comer um doce quando se está triste: momentaneamente você se sente bem, mas logo o excesso cobra um preço no corpo e na consciência. Gastar com base na emoção é como tomar um crédito fácil: traz prazer imediato, mas a conta vem depois, com juros.
Sabemos que dezembro é um mês que pressiona, e a solução passa por enfrentá-lo com planejamento. Coloque no papel todas as despesas extras que o mês traz: presentes, amigo oculto, decoração, ceias e viagens. Mas, principalmente, trace um limite realista para cada uma delas.
Uma dica simples, mas poderosa: o 13º salário não é um dinheiro a mais, é um dinheiro que vem para trazer respiro ao que já existe. Use uma parte dele para quitar dívidas, se for o caso, ou para criar uma reserva que traga tranquilidade no futuro. Uma ceia modesta ou um presente mais consciente são mais valiosos do que entrar o novo ano atolado em boletos.
Dezembro também tem um lado bonito: ele nos ensina a olhar para o que realmente importa. O mês traz uma oportunidade para entender que as relações não precisam ser medidas pelo valor do presente, mas pela presença e significado do gesto.
Mais do que época de excessos, dezembro deveria ser um período de consciência: sobre os nossos gastos, nossas metas e o que queremos levar para o ano seguinte.
Afinal, não há problema em celebrar, desde que a comemoração não vire motivo de arrependimento. Com planejamento e consciência, dezembro pode ser um mês de leveza e conquistas. Um feliz Natal é, sem dúvida, a melhor forma de começar um Ano Novo repleto de boas perspectivas.