Em discurso durante missa em Cabeceiras de Goiás, Dom Adair Guimarães, bispo de Formosa (GO), afirmou que o Brasil vive sob ditadura e é governado por “ímpios”. O pronunciamento, realizado em 13 de outubro no Povoado da Lagoa, ganhou repercussão nas redes sociais após apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilharem o vídeo.
Durante a celebração religiosa, o bispo defendeu réus e condenados pelos eventos de 8 de janeiro, alegando que milhares de pessoas enfrentam processos sem direito ao contraditório. O religioso também pediu intervenção de Nossa Senhora Aparecida para “livrar” o país do que chamou de comunismo.
Na mesma ocasião, Dom Adair estabeleceu comparações polêmicas, citando o caso de Adriana Ancelmo, ex-esposa do ex-governador Sérgio Cabral, que obteve liberdade após condenação. Segundo ele, existe um tratamento diferenciado para quem “defende família, liberdade e religião”.
O histórico do bispo já inclui outras manifestações controversas. Durante a pandemia, ele se posicionou contra a vacinação e o passaporte vacinal, além de demonstrar simpatia pelo movimento monarquista. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), procurada para comentar as declarações, optou por não se manifestar.
A repercussão do discurso alcançou o meio político, com parlamentares como a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) amplificando as declarações do religioso através de suas redes sociais. O episódio soma-se a uma série de manifestações que questionam as decisões judiciais relacionadas aos acontecimentos de janeiro.