À medida que o dia das eleições presidenciais se desenrola nos Estados Unidos, o país e o mundo estão mergulhados em uma expectativa densa. Passei as últimas duas semanas observando, in loco, as discussões fervorosas que não param de surgir nos bastidores da disputa. Essa eleição, com Donald Trump e Kamala Harris tecnicamente empatados em várias pesquisas recentes, tem deixado os eleitores em tensão máxima e promete um impacto que pode ir muito além das fronteiras americanas.
A vice-presidente Kamala Harris, que agora desafia Trump diretamente, tem 49% das intenções de voto em algumas pesquisas como as do New York Times e NBC News. Trump não fica atrás e, em algumas regiões e grupos específicos, vê seu apoio crescer, especialmente entre eleitores hispânicos e conservadores que acreditam na promessa de maior segurança e na defesa das fronteiras americanas. Um estudo recente revelou que Trump conquistou cerca de 40% dos votos entre latinos, uma marca significativa em relação ao último ciclo eleitoral. Além disso, ele reforça o apoio de um segmento de venezuelanos mais antigos, que enxergam nele uma resposta para suas preocupações com a imigração e com as políticas econômicas do governo democrata.
A corrida acirrada traz também um clima de incerteza econômica. Em Wall Street, investidores se preparam para uma possível volatilidade pós-eleição, principalmente pela demora esperada no resultado final, o que pode intensificar a ansiedade nos mercados globais. Além disso, o Federal Reserve está em uma semana crucial de decisões sobre as taxas de juros, com uma possível redução para conter a inflação que, mesmo estabilizada, segue pressionando os consumidores americanos. A taxa de desemprego nos EUA também registra leve crescimento, reforçando o debate sobre as estratégias de ambos os candidatos para impulsionar a economia em um momento delicado.
Para o cenário internacional, as consequências também são amplas. Investidores globais acompanham a eleição americana como um indicativo do futuro das políticas fiscais e comerciais, particularmente em países em desenvolvimento que dependem do comércio com os Estados Unidos. Harris tende a manter uma abordagem mais colaborativa com parceiros internacionais, enquanto Trump promete políticas econômicas protecionistas que, para alguns especialistas, podem prejudicar o fluxo de comércio e aumentar os riscos para mercados emergentes, principalmente em países da América Latina e Ásia.
No entanto, em Washington, nada é definitivo. Em um país profundamente polarizado, as incertezas desta eleição refletem divisões muito além da corrida presidencial: são questões de imigração, segurança, economia e identidade nacional que agora definem o que está em jogo.
A escolha da América pode mudar o cenário global, e os próximos dias serão decisivos para entendermos qual visão de futuro o povo americano escolherá – e que impacto isso terá no equilíbrio de poder global.
Siga o autor no instagram @marinhobusiness