Por Ricardo Resende (*)
No Evangelho de Mateus, capítulo 23, versículo 24, Jesus Cristo critica os fariseus, afirmando que eles são “guias cegos que coam um mosquito e engolem um camelo”. Essa metáfora pode ser aplicada ao Poder Judiciário Brasileiro, que muitas vezes se mostra mais preocupado em perseguir pequenos delitos do que em combater os grandes problemas que afligem a sociedade.
A perseguição política é um exemplo disso. Em vez de se concentrar em julgar os casos de corrupção e abuso de poder que envolvem políticos e autoridades, o Judiciário Brasileiro muitas vezes se volta contra os opositores do governo, silenciando vozes críticas e amordaçando a liberdade de expressão. Isso é uma forma de censura, que atenta contra a democracia e a liberdade dos indivíduos.
A falta de liberdade dos indivíduos é outro problema que afeta a nossa sociedade brasileira. O Poder Judiciário, em vez de proteger os direitos fundamentais dos cidadãos, muitas vezes se torna um instrumento de opressão, criminalizando os que lutam por justiça e igualdade, pois ignora a grande injustiça e se concentra em pequenos delitos que, por vezes, são frutos de uma interpretação tendenciosa das leis, o que tornam as decisões judiciais, muitas vezes, contra a nossa Constituição.
Neste sentido a Justiça Brasileira livra ou diminui bastante a pena de criminosos condenados por graves crimes “engolindo camelos” e fica “coando mosquitos”, perseguindo pessoas de bem por motivos irrelevantes com punições severas.
A nossa nação é definitivamente um país de “dois pesos e duas medidas” quando o assunto é justiça porque fica evidente que a sentença pode ser favorável ou não dependendo de qual parte da esfera política o indivíduo em questão é partidário.
A reflexão política e teológica a partir de Mateus 23:24 nos lembra que o Poder Judiciário deve ser um instrumento de justiça e não de opressão. É preciso que os juízes, os membros do Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal sejam mais rigorosos em relação aos grandes crimes e mais tolerantes em relação às pequenas infrações, a partir de uma análise dos fatos de forma imparcial e de acordo com a lei, sem posicionamento de cunho político.
Além disso, é fundamental que se garanta a liberdade de expressão e a proteção dos direitos e deveres fundamentais dos cidadãos. Somente assim, o Poder Judiciário brasileiro poderá ser um instrumento de justiça e não de opressão, e a sociedade brasileira poderá caminhar em direção à verdadeira liberdade e à justiça.
(*) Ricardo Resende é Doutor em Teologia e autor de vários livros