Por Ricardo Ramos (*)
Vivemos em uma era digital em que a informação está disponível a apenas alguns cliques de distância. Com o avanço das tecnologias, o acesso ao conhecimento tornou-se mais democrático e, ao mesmo tempo, mais desafiador. A leitura continua sendo uma das atividades mais poderosas para o desenvolvimento pessoal e profissional, mas tem enfrentado uma nova concorrência: a dos conteúdos rápidos, visuais e de fácil consumo, como vídeos curtos, redes sociais e streaming. Neste contexto, a leitura tem uma importância ainda maior para quem busca profundidade e análise crítica.
A leitura ativa, seja de livros, artigos científicos, ou textos longos e bem estruturados, permite uma compreensão detalhada dos temas e desenvolve habilidades cognitivas essenciais. Diferente de um vídeo ou uma postagem nas redes sociais, a leitura de um texto exige um esforço ativo do leitor para interpretar, refletir e conectar as informações com o que já sabe. Essa prática contínua estimula o cérebro, melhorando o vocabulário, a capacidade de argumentação e a memória.
Além disso, a leitura oferece um momento de introspecção que pode ser terapêutico. Em um mundo onde o ritmo acelerado parece ser a norma, parar para ler pode ser uma forma de desconectar-se das pressões externas e mergulhar em um universo próprio. Estudos mostram que a leitura reduz o estresse, ajudando a diminuir os níveis de cortisol, o hormônio relacionado ao estresse. Em outras palavras, ler pode ser uma forma eficaz de relaxamento.
No ambiente profissional, a leitura é igualmente indispensável. Profissionais que leem com regularidade estão em constante aprendizado, o que os ajuda a manter-se atualizados com as novas tendências de suas áreas e a desenvolver uma visão crítica dos temas que abordam. Além disso, a leitura de artigos, relatórios e livros específicos oferece insights e referências que podem fazer a diferença em discussões, apresentações e tomadas de decisões estratégicas. Não é à toa que líderes de renome, como Bill Gates e Warren Buffet, atribuem grande parte de seu sucesso ao hábito constante de leitura.
A leitura na era digital, porém, não é desprovida de desafios. Com a infinidade de conteúdos disponíveis na internet, a capacidade de concentração tem sido afetada. Muitos leitores relatam dificuldade em manter a atenção em um único texto, devido ao hábito de navegar por diversas fontes de informação ao mesmo tempo. Esse fenômeno, conhecido como “leitura fragmentada”, prejudica a compreensão total e aprofundada de um texto, tornando o consumo de informação mais superficial.
Para enfrentar essa questão, algumas estratégias podem ser adotadas. Uma delas é o “deep reading” ou “leitura profunda”, que consiste em ler sem distrações e dedicar um tempo específico para mergulhar no conteúdo. Outra técnica útil é anotar os principais pontos e reflexões ao longo do texto, ajudando a fixar as informações. Ao valorizar a leitura profunda, é possível aproveitar ao máximo o que um texto tem a oferecer.
Concluindo, a leitura permanece uma atividade fundamental, mesmo em um mundo digitalizado. Ela continua sendo uma ferramenta insubstituível para o aprendizado, o desenvolvimento pessoal e o bem-estar emocional. Portanto, cultivar o hábito de ler é uma forma de garantir que estaremos mais preparados para os desafios de uma sociedade em constante transformação. Afinal, o conhecimento é um dos poucos ativos que ninguém pode tirar de nós.