O Congresso Nacional testemunha uma nova estratégia da oposição para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre a abertura de processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um site foi criado para mostrar a posição dos senadores em relação ao tema, revelando um cenário ainda indefinido, mas com tendência favorável à medida.
Até a manhã desta quinta-feira (12), o site apresentava 36 parlamentares favoráveis à abertura do processo, 26 indefinidos e 16 contrários. Embora o número de apoiadores ainda seja insuficiente para aprovar um eventual impeachment, senadores da oposição afirmam contar com o respaldo de colegas que ainda não se manifestaram publicamente ou que estão cautelosos sobre o assunto.
Entre os indefinidos, destacam-se nomes de partidos da própria oposição, como Romário (PL), Mecias de Jesus (Republicanos) e Ciro Nogueira (PP). Surpreendentemente, alguns integrantes do centrão, como Nelsinho Trad (PDS-MS) e Alessandro Vieira (MDB-SE), declararam apoio ao pedido de impeachment.
A plataforma visa expor o posicionamento dos parlamentares sobre o tema, inicialmente focando nos senadores, com planos de expandir para os deputados. O avanço do requerimento depende crucialmente da decisão de Pacheco, que precisa encaminhá-lo para despacho da Mesa Diretora do Senado. Contudo, o senador já sinalizou que pretende segurar os pedidos contra integrantes da Corte.
Marcos Rogério (PL-ES), líder da oposição no Senado, expressou esperança de que Pacheco faça uma análise baseada em critérios técnicos e jurídicos. Caso o presidente do Senado decida dar andamento à petição, o processo seguirá para uma comissão especial, que emitirá um parecer. Este documento será então levado ao plenário, onde precisará do voto da maioria simples dos senadores para prosseguir.
Se aprovado, o processo terá mais dez dias de curso, permitindo que o acusado responda às alegações. Após nova análise por maioria simples, a etapa final envolve a comunicação ao STF e a votação final da acusação. Para que o ministro perca o cargo, será necessário o apoio de dois terços dos senadores, ou seja, 54 congressistas, que devem concordar que houve crime de responsabilidade.
A criação deste site representa uma nova fase na pressão política exercida pela oposição, buscando transparência e mobilização em torno de um tema controverso e de grande impacto na dinâmica entre os poderes da República. O desenrolar desse processo promete intensificar os debates sobre os limites e as relações entre o Legislativo e o Judiciário no cenário político brasileiro.