Conforme já observado por milhões de usuários e amplamente divulgado nas redes sociais, o X, a rede social de Elon Musk, conseguiu burlar o bloqueio imposto no Brasil pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Provedores de internet disseram, por meio da Abrint – Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações, que a plataforma contratou serviços de cibersegurança da empresa Cloudflare, que atuam como um “escudo” para proteger os servidores da rede social.Ao distribuir o tráfego do X por novas rotas, esses serviços criam obstáculos para o bloqueio do acesso à rede social, mesmo com a ordem judicial. O X passou então a usar um novo software que não está mais usando os IPs da rede social, mas da Cloudflare, dificultando o bloqueio.
O Cloudflare é uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) e serviço de segurança na web que melhora o desempenho e a segurança de sites e aplicativos online. Ele possui uma rede global de servidores que entregam conteúdo rapidamente aos usuários, usa técnicas de otimização para acelerar o carregamento de páginas, protege contra ataques cibernéticos, criptografa o tráfego de dados e fornece análises e insights sobre o uso do site.
A ferramenta é amplamente utilizado no Brasil, sendo um dos principais mercados da empresa fora dos Estados Unidos. Estima-se que milhares de sites e aplicativos brasileiros usem os serviços de CDN, segurança e otimização do Cloudflare, que é responsável por uma parcela significativa do tráfego da internet no país. Empresas e organizações de diversos setores no Brasil, como e-commerce, mídia, governo e startups, confiam nos recursos do Cloudflare para melhorar o desempenho e a segurança de suas presença online, com a empresa tendo escritórios e equipes locais para atender melhor seus clientes no mercado brasileiro.
Especialistas explicam que o uso de um proxy reverso, como o oferecido pela Cloudflare, permite mascarar o IP real do servidor, mostrando apenas o IP do proxy. Isso funciona como uma “barreira invisível” que protege a infraestrutura sem impactar a experiência dos usuários.
As provedoras de internet estão em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender como fazer o bloqueio da rede, já que o IP registrado passou a ser o da Cloudflare. Porém isso torna este novo capítulo da saga entre Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes um verdadeiro quebra-cabeças para o STF e para a Anatel solucionarem. Se o STF determinar o bloqueio do Cloudflare no Brasil, fará também com que uma enorme parte do conteúdo da internet brasileira simplesmente fique indisponível.
Até agora, o STF se pronunciou oficialmente dizendo apenas que a liberação do acesso se deu por alguma “instabilidade no bloqueio da plataforma”, e que ainda checa informações sobre postagens feitas por alguns internautas, portanto não recomendamos aos usuários que utilizem a plataforma, sob pena de serem multados pelo STF.