Em meio ao panorama crescente do surto de arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti), a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, divulgou no último Boletim Epidemiológico de Monitoramento, emitido no dia 22 de janeiro, o registro de 11.490 casos de dengue, para 3.067 de chikungunya confirmados em todo o Estado em 2024. O cenário crítico alerta para a importância do tratamento adequado, que segundo especialistas, é fundamental para evitar a evolução da patologia, em especial a chikungunya. Os médicos destacam que, se não tratada em tempo hábil, a doença pode se tornar crônica, impactando significativamente na qualidade de vida do paciente.
Os sintomas da doença são clinicamente semelhantes aos da dengue, febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema (manchas avermelhadas no corpo). As dores nas articulações com edema e incapacitação são as principais manifestações clínicas que diferem a chikungunya de outras arboviroses. As autoridades em saúde classificam a evolução da patologia em estágios, onde a etapa inicial, que é a fase aguda, ocorre nos primeiros 14 dias, podendo evoluir para duas fases sequentes, a subaguda, com duração de 14 dias a três meses, e o período crônico, que se estende a três meses de sintomas.
“Se o paciente evolui nos sintomas para além dos três meses, a medicina já considera o caso como chikungunya crônica. Nessa condição, a pessoa passa a ter o mesmo tratamento dado aos pacientes com reumatismo de tipos clássicos como, artrite reumatoide, lúpus, entre outras doenças”, alerta Guilherme da Silveira Campos, médico reumatologista do Hospital Márcio Cunha (HMC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier.
Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz destaca que, a desconsideração ao tratamento na fase inicial da doença, dentre outras condições como, pessoas que já apresentam lesões articulares preexistentes como artrose, pacientes com diabetes, mulheres com idade a partir de 40 anos, são circunstâncias que somam como fatores de risco, para a evolução da dor articular crônica, após chikungunya.
Para o médico, o combate ao Aedes aegypti desempenha um papel fundamental na minimização dos riscos e evita a propagação da doença. Segundo o reumatologista, o primeiro passo é cuidar dos ambientes e evitar focos de nascimento de novos mosquitos, aliado ao uso de repelentes tópicos e eletrônicos.
“É importante ressaltar que, a pessoa diagnosticada com a chikungunya também precisa fazer o uso do repelente, pois a proteção evita que o mosquito, que ainda não teve contato com o vírus, se contamine, promovendo a proliferação da arbovirose”, alerta o médico.
Em caso de suspeita da doença, a recomendação do Ministério da Saúde é procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos também são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).