*Por Cid Miranda
Puder vivenciar neste início de 2024, o sofrimento dos usuários do serviço público de saúde oferecido pela Prefeitura de Ipatinga. Atestei com o sofrimento de minha filha a precariedade no atendimento e a realidade da superlotação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Não fosse trágico, a tormenta do atendimento daria um roteiro de novela dramática. Veja porque:
9h30 – Cheguei à UPA por volta das 9h30, com minha filha sofrendo forte dores no abdômen. Nos dirigimos imediatamente ao balcão de atendimento e de lá até a triagem, tivemos que aguardar pouco mais de uma hora.
11h00 – Examinada a classificação de risco dos sintomas de minha filha, fomos encaminhados para outra sala, para aguardar o atendimento médico.
Enquanto aguardávamos, presenciamos um verdadeiro martírio, usuários com diferentes sintomas e traumas, reclamavam do descaso por parte de alguns profissionais e da superlotação, e consequentemente, da demora. Esses infortunados usuários, há horas aguardando a assistência, quando reclamavam com os servidores da UPA, recebiam deles como resposta que tivessem paciência.
Nesse ínterim, as dores que afligiam minha filha se intensificavam cada vez mais, o que me fez procurar o assistente social e pedir para que algo fosse feito. Consegui apenas a informação de qual consultório – e com qual médico, seria o atendimento.
12h30 – Finalmente minha filha foi chamada para a consulta. A médica que a atendeu prescreveu alguns medicamentos para aliviar as dores e pediu a realização imediata de exames de sangue e urina. Outra longa espera.
14h00 – As profissionais do laboratório chegaram e colheram o sangue de mais cerca de 20 pacientes – entre os quais a minha filha. Segundo nos informaram, o resultado do exame poderia demorar até quatro horas. Era preciso termos a “paciência de Jó”.
18h00 – Perguntei se tinha chegado os resultados de exames, vendo toda aquela situação de dor que muitos alí estavam. A resposta foi não e que não havia nenhuma previsão.
O estresse estava se intensificando. Não só nós, como os outros pacientes e acompanhantes estavam nervosos aguardando, também, resultado de exames. E cada pergunta feita aos profissionais de saúde, todos recebíamos respostas negativas e em tom grosseiro.
20h00 – Procurei a chefe do setor pedindo uma posição sobre o resultado dos exames. A resposta foi que os exames estavam prontos, mas que dependiam da digitação para serem liberados, o que poderia levar ainda 30 minutos.
Minha filha já estava chorando. Ela não mais queria ficar naquele local devido à falta de atenção. Aguardamos ainda por mais uma hora. Quando voltei a questionar pelos exames, fui atendido rispidamente.
22h00 – Nossa paciência se esgotou. Deixamos a UPA sem o diagnóstico da causa das dores abdominais da minha filha.
Agradeço aos dois médicos que nos deram uma atenção durante o período que estivemos na UPA, mas que infelizmente não puderam fazer nada, face à desorganização interna do sistema.
Ressalto, que os médicos, apesar das condições de trabalho por muitas vezes insatisfatórias, estão cumprindo com o seu dever nas urgências e emergências, valorizando cada paciente que passam pelas suas mãos.
Alimento a esperança que a integridade e honestidade de cada profissional de saúde que ali está, possa um dia ser revertido em bom serviço ao próximo com respeito e profissionalismo.
A saúde não pode esperar, precisamos de uma solução imediata.
Senhora ldisse sobre péssimo atendimento, depois elogia existe superlotação sim mas todos profissionais atendem muito bem passaei por lá na segunda semana de dezembro com minha filha chegamos lá já era quase 22:00 a recepção esta cheia mas dentro de duas horas mais ou menos todos foram atendidos, demoramos a sair porque minha filha teve que tomar soro na veia. As vezes tem que ser ríspidos porque o que aparece de gente ignorante e exigente não está no gibi. Até particular esperam de 4 a 6 horas do HMC.
Prezado Cid, numa próxima necessidade (que espero por bem que não lhe aconteça) use a UPA de Timóteo, eleita a melhor de MG