O trecho da estrada que liga Belo Horizonte a Governador Valadares é conhecido como ‘rodovia da morte’ pelos altos índices de acidentes. Nas proximidades da capital mineira, o risco é acrescido de outro fator: um trânsito constante provocado pelo alto fluxo de veículos chegando e partindo da cidade, o que motivou o Movimento Pró-Vidas da BR-381 a encaminhar cartas aos órgão competentes em Brasília, solicitando a construção de faixas adicionais nos dois sentidos da rodovia, no trecho entre o Anel Rodoviário (km 457) e o Posto Fumaça (km 444) na saída de BH. O assessor do Ministério dos Transportes, Eduardo Rocha Praça, confirmou o recebimento das cartas e que as mesmas foram encaminhadas para a Secretaria Nacional de Transportes Rodoviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), para avaliação técnica.
ENTENDA O PROBLEMA
Entre a saída do Anel Rodoviário e o Posto Fumaça, os motoristas devem percorrer cerca de 13 km. Para fazer o trajeto indo e voltando, dentro da velocidade permitida na maior parte do trecho (70 km/h) é esperado, portanto, que se gaste pouco mais de 22 minutos. Entre a manhã e a tarde de uma terça-feira comum de dezembro, a reportagem fez o trecho em duas horas e meia. Essa é uma realidade comum para quem precisa deixar ou chegar a Belo Horizonte passando pela BR-381.
O gargalo na chegada e saída de BH foi uma das pautas tratadas pelo Movimento Pró-Vidas da BR-381 em Brasília na primeira metade de dezembro. O grupo foi representado por seu coordenador Clésio Gonçalves e por prefeitos de cidades que integram a organização: Nova União (prefeito Ailton – partido Avante); Sabará (Wander José Goddard Borges – PSB); e São Gonçalo do Rio Abaixo (Nozinho Barcelos – PDT). Na capital federal, a comitiva teve reuniões com autoridades do Ministério dos Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Além de propor uma renovação do edital de concessão da BR, o movimento quer uma ação mais urgente do Dnit para a construção de uma faixa adicional nos dois sentidos da estrada no trecho entre o Anel Rodoviário e o Posto Fumaça. Esta parte específica da estrada está situada entre os quilômetros 457 e 444. No Dnit, Gonçalves foi recebido por Jimmy Kleber, chefe de gabinete do departamento. O coordenador do Pró-vidas avaliou positivamente a receptividade na capital federal. O caminho para resolver o problema, no entanto, se apresenta tão tortuoso e acidentado quando a própria 381.
O Dnit foi procurado para saber se há algum projeto em andamento para a construção das faixas adicionais; quantos veículos circulam diariamente no trecho destacado pelo Movimento Pró-Vidas BR-381; e solicitou detalhes sobre programas de indenização e remoções de famílias que vivem às margens da rodovia. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.
UM PROBLEMA QUE SE AGRAVA
O Movimento Pró-Vidas da BR-381 quer a construção das faixas adicionais nos arredores de BH como uma intervenção independente da duplicação da estrada, que deve ir à leilão no primeiro semestre de 2024. A emergência da situação fica clara nos próprios informes veiculados pelo grupo: “precisamos que o DNIT, em caráter de urgência, faça faixas adicionais entre o fim do Anel Rodoviário (km 457) e o posto Fumaça (km 444), pois o engarrafamento está sendo diário e permanente”.
Quem precisa passar pelo trecho com frequência, seja a lazer ou a trabalho, atesta a situação de engarrafamento constante.