A Polícia Federal (PF) revelou que o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), estava sob monitoramento pelo programa de vigilância “FirstMile” da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
De acordo com informações do O Globo, o general possuía um dispositivo telefônico designado para uso “funcional”, relacionado a assuntos de trabalho, o qual foi acessado 11 vezes pelo programa de vigilância em maio de 2020.
Como o número não estava registrado em nome de Augusto Heleno para evitar detecção, os investigadores da PF suspeitam que alguém próximo a ele na Abin estava ciente da existência dessa linha telefônica. Entretanto, o número pessoal do ex-ministro não foi alvo de monitoramento pela agência.
Os investigadores da PF levantam a hipótese de que o general Augusto Heleno tenha sido monitorado devido a uma possível desconfiança do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação a seus aliados.
Poucas semanas antes do incidente de espionagem, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acusou o ex-presidente de tentar interferir na Polícia Federal, resultando em sua demissão.
O ex-ministro do GSI tentou reconciliar-se com o ex-juiz da Lava Jato, porém, sem sucesso.
Além disso, Bolsonaro reclamava da falta de informações de inteligência fornecidas pelo GSI, que poderiam auxiliá-lo na tomada de decisões estratégicas e na identificação de riscos iminentes ao seu governo.