A Polícia Federal, em parceria com autoridades italianas e suíças, deflagrou a Operação Arancia para enfrentar uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro ligada à máfia italiana no Brasil. A operação, iniciada nesta terça-feira, 13 de agosto, visa desmantelar um esquema que pode ter movimentado mais de R$ 3 bilhões através de empresas fantasmas e laranjas em diversas regiões.
As investigações, que remontam a 2022, apontam que a organização criminosa estabelecida no Rio Grande do Norte opera há cerca de uma década, utilizando táticas complexas para ocultar recursos obtidos ilegalmente. Com o apoio do Ministério Público Federal e da Guardia di Finanza de Palermo, a operação busca desarticular as atividades mafiosas e recuperar ativos financeiros envolvidos.
A ofensiva resultou na execução de um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão em estados brasileiros, incluindo Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Enquanto isso, na Itália e na Suíça, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas, mobilizando mais de 100 agentes financeiros, alguns dos quais se encontram em Natal colaborando com as autoridades locais.
Os crimes sob investigação incluem associação mafiosa, extorsão e lavagem de dinheiro. As autoridades também focam na transferência fraudulenta de valores e no apoio a famílias mafiosas de renome. Em resposta, a Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associados aos envolvidos, visando a recuperação dos danos e a interrupção das operações criminosas.
A colaboração internacional tem sido crucial, com a criação de uma Equipe Conjunta de Investigação em 2022, reunindo forças da Polícia Federal e Ministério Público Federal com autoridades italianas, sob a coordenação da Eurojust, agência da União Europeia. Essa aliança tem facilitado a troca de informações e a execução de ações coordenadas entre os países envolvidos.
A Operação Arancia reforça a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado, evidenciando a capacidade das autoridades de enfrentar desafios transnacionais e garantir a segurança e a integridade financeira dos países afetados.