Por Mário Plaka (*)
Numa república não tão, tão distante…
Eles falam de cidadania, mas promovem a exclusão. Falam de justiça, mas promovem a injustiça. Falam de soberania, mas não é a soberania do país construída pela vontade do povo e garantida pela Constituição daquela república. É a soberania de pequenos grupos, de partidos, de corporações que se julgam acima da nação. Só para lembrar, quando a soberania deixa de ser coletiva e passa a ser individualizada, ela deixa de ser soberania nacional e se transforma em tirania disfarçada. Um país só é soberano quando o povo tem voz, quando as instituições respeitam a Constituição e quando os interesses da maioria prevalecem sobre os privilégios de poucos. Fora disso, não há soberania: há apenas dominação.
Da mesma forma, dizem que a “esfera competente” deve analisar e julgar os fatos. Mas na prática, essa esfera está tomada por incapazes. Pessoas inaptas, que deveriam zelar pela lei, mas se deixam guiar por paixões, conveniências e sentimentos pessoais. Justiça não pode ser administrada de acordo com o amor ou o ódio que habita o coração de quem julga. Justiça verdadeira é cega, imparcial, equilibrada, fundada em provas, leis e princípios universais. Quando a justiça deixa de ser neutra e se curva a vontades humanas, ela não é mais justiça: é perseguição. E perseguição não edifica uma sociedade; destrói. Sem justiça verdadeira, não há cidadania, não há soberania e não há Estado de Direito.
Lá eles falam de amor, mas semeiam a morte, o ódio e a indiferença. E a indiferença é pior que o ódio: o ódio ainda reconhece a existência do outro, mas a indiferença apaga, elimina, nega a própria condição humana. Quem governa pela indiferença mata em silêncio, e destrói sem precisar de armas.
Naquela nação eles ainda falam em “obstrução”. Mas como se pode obstruir uma estrada que nunca existiu? Como acusar alguém de obstrução de lei, se a lei que dizem aplicar não existe na Constituição? Devemos refletir: como se pode discutir penas, se o crime nunca existiu? Como aquele povo pode pedir anistia, se não houve delito? Pedir anistia para inocentes é admitir que eles cometeram crimes. E isso é, em si, uma nova injustiça.
Aquela nação precisa retomar o caminho da verdade, da justiça real e da soberania popular. Sem isso, o povo daquele país vai viver sob o peso de privilégios disfarçados, tribunais seletivos e poderes que não servem à nação, mas a si mesmos.
























