Por Mário Plaka (*)
Vivemos em um tempo em que duas doenças espirituais e morais tomaram conta da sociedade: a síndrome da malandragem e a síndrome da devassidão da promiscuidade. A primeira corrói o caráter, a segunda destrói os valores. Uma ensina a levar vantagem em tudo, a outra ensina que tudo é permitido — desde que satisfaça o próprio prazer. São irmãs de um mesmo mal: a inversão dos princípios.
A síndrome da malandragem fez do “jeitinho” uma virtude e da desonestidade uma estratégia. O cidadão que deveria ser exemplo se orgulha em enganar o sistema, enquanto o trabalhador honesto é ridicularizado como ingênuo. Essa mentalidade está impregnada na política, nos negócios e até nas relações pessoais. O resultado é um país em que ser correto virou exceção e ser malandro virou mérito.
Já a síndrome da devassidão da promiscuidade é a face moral dessa mesma decadência. Uma sociedade que trocou o respeito pela vulgaridade, o amor pelo prazer e a decência pela exibição. O corpo virou ferramenta de poder e a vergonha se tornou objeto de deboche. Liberdade virou sinônimo de libertinagem — e o que antes era pecado, hoje é motivo de orgulho nas redes e nas ruas.
Essas duas síndromes se alimentam da mesma raiz ideológica: a doutrina materialista que nega Deus, destrói a família e idolatra o Estado. A cartilha deixada por Karl Marx — o homem que pregava libertação, mas viveu dependente da esposa e dos filhos — produziu gerações inteiras de seguidores que trocam o trabalho pela reclamação, a responsabilidade pelo vitimismo e a fé pela ideologia. Marx, o “filósofo do povo”, morreu como viveu: falando de igualdade, mas sustentado pelos outros.
Hoje, seus discípulos modernizados vestem novas máscaras — chamam-se progressistas, socialistas, libertários de ocasião. Falam de amor, mas sem compromisso; de liberdade, mas sem limites; de justiça, mas sem verdade. O resultado é um mundo sem raiz, onde a devassidão é cultura, a malandragem é política e a corrupção é ferramenta de poder.
A hipocrisia dos falsos igualitários
Esses socialistas e comunistas que se apresentam, principalmente aqui no Brasil, vivem o velho lema: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.” Pregam igualdade nos palanques, mas vivem como príncipes. Falam de luta de classes enquanto ostentam relógios caríssimos, carros de luxo e os últimos modelos de iPhone. Mandam seus filhos estudar e se tratar nos Estados Unidos, enquanto condenam o povo a depender de sistemas falidos. Clamam por justiça social, mas escondem o dinheiro em paraísos fiscais e fogem dos impostos que tanto exigem dos outros. E o mais irônico: muitos filhos de empresários e pessoas de posses também aderem ao discurso, vestindo roupas de grife e gritando “socialismo” de dentro do conforto que dizem combater. O exemplo maior está nos regimes de Cuba, Venezuela, China e Coreia do Norte — ditaduras onde o povo passa fome enquanto os líderes vivem como reis. Esse é o socialismo que eles pregam, mas não vivem.
Os pilantras que gritam “Anistia não”
Boa parte dos que hoje gritam “Anistia não” são justamente aqueles que, no passado, se beneficiaram dela. E muitos dos que agora falam em “Dosimetria” apenas engrossam o mesmo coro — porque pertencem ao mesmo grupo ideológico que tenta reescrever a história à sua maneira. São os socialistas e comunistas de ocasião, que condenam o que dizem combater, mas se aproveitam das brechas do sistema que fingem odiar. Falam de justiça, mas a usam como ferramenta política; clamam por punição, mas só quando o alvo é o outro. Essa duplicidade é a marca registrada de quem vive do discurso e não do exemplo.
Enquanto a sociedade continuar aplaudindo o malandro e endeusando o devasso, o colapso moral será inevitável. É preciso reacender a chama da consciência, devolver o valor à honestidade, ao trabalho e à fé. Só quando o homem voltar a respeitar o que é sagrado — a verdade, a família, a moral — é que poderemos dizer que estamos curados das síndromes que estão matando a alma do Brasil.
























