Por Mário Plaka (*)
Seria apenas uma coincidência que, exatamente no dia 22, o PL recebesse uma multa de R$ 22 milhões e, no mesmo dia, Jair Messias Bolsonaro fosse transferido da prisão domiciliar para o cárcere? Ou seria esse alinhamento numérico um movimento que, no mínimo, levanta perguntas sobre o sincronismo dos acontecimentos? Será que seria coincidência que esses episódios ocorram no exato momento em que a COP-30, apontada por analistas, jornalistas e observadores internacionais como um dos maiores fracassos organizacionais e políticos da história recente, se transformou no assunto mais constrangedor para o Brasil no cenário global? Seria essa transferência de Bolsonaro uma tentativa de deslocar a atenção mundial do fiasco político, financeiro e estratégico que a COP-30 representou para os responsáveis por sediá-la?
Enquanto isso, seria também coincidência que, justamente quando a economia nacional dá sinais claros de desgaste, com empresas fechando as portas, empresários deixando o país, desemprego aumentando e famílias endividadas lutando para sobreviver, o foco midiático seja repentinamente desviado para a prisão do ex-presidente?
Será que esse novo capítulo na trajetória jurídica de Bolsonaro serviria como uma espécie de cortina de fumaça para reduzir a pressão sobre os problemas reais que o Brasil enfrenta diariamente? Ou seria uma maneira de amenizar o impacto internacional negativo deixado pela COP-30, cuja repercussão, até agora, parece ter causado mais prejuízo político do que qualquer ganho diplomático imaginado?
E onde se encaixa a CPMI do INSS, que muitos apontam estar revelando algo ainda maior do que a Lava Jato?
E a prisão do presidente do Banco Master? Será coincidência que, ao mesmo tempo em que delações surgem, prisões são realizadas e esquemas bilionários começam a aparecer, o país assista a uma mudança brusca nos holofotes nacionais?
Será que a transferência de Bolsonaro teria, de alguma forma, servido para reduzir a visibilidade das investigações que vêm causando apreensão em setores influentes da máquina pública? E por que os desdobramentos dessa CPMI, considerados por muitos como explosivos, parecem receber menos espaço quando acontecimentos paralelos tomam conta da agenda de debates?
As perguntas se acumulam. Seria tudo obra do acaso, ou os acontecimentos estariam sendo conduzidos de forma a moldar a percepção do público? Seria possível que decisões tomadas justamente no dia 22 tenham sido pensadas para reorganizar a narrativa política do país? Ou estaríamos diante de um momento em que o alinhamento dos fatos, embora apresentado como casualidade, suscita questionamentos profundos sobre o rumo das instituições, o impacto das crises e os interesses em jogo?
No final, permanece a dúvida que paira sobre o país: estaríamos assistindo a acontecimentos isolados, independentes, casualmente sobrepostos no tempo, ou seríamos espectadores de um movimento coordenado, capaz de alterar o foco da opinião pública e suavizar o desgaste dos responsáveis pelos rumos da nação?
Cada cidadão dará sua resposta. Mas as perguntas ficam — e talvez sejam elas que ajudarão a revelar o que realmente está acontecendo nos bastidores do Brasil.
Voto não tem preço; tem consequências.
























