Por Mário Plaka (*)
O governo encontrou um novo jeito de controlar o povo: a tutela disfarçada de benefício social. Programas como o BPC/Loas e o Bolsa Família, que deveriam garantir dignidade, se transformaram em correntes invisíveis, mantendo milhões de brasileiros sob vigilância constante. Quem recebe o benefício não pode ultrapassar R$ 2.000 em movimentações mensais; Pix, cartão de crédito, CPF em farmácia, supermercado, padaria, shopping ou sites de apostas são cruzados com CadÚnico e INSS, e qualquer incompatibilidade pode levar à suspensão imediata. Mais de 60% dos beneficiários correm risco de perder o que têm. Enquanto o pobre é caçado, os ricos seguem blindados.
Enquanto o cidadão comum é fiscalizado por centavos, a elite política se protege. Deputados, senadores, ministros, governadores e prefeitos acumulam patrimônios milionários que não condizem com os rendimentos declarados, com fazendas, carros importados, empresas de fachada e contas no exterior. O leão ruge para o pequeno, mas se ajoelha diante dos grandes. E o absurdo é que qualquer candidato a vereador precisa declarar seu patrimônio, mas ministros e altos cargos do governo federal não têm a mesma obrigação, nem seus familiares próximos. Essa falta de transparência permite que secretários, ministros e membros de autarquias e empresas de capital misto enriqueçam rapidamente em pouco tempo — enquanto o governo corre atrás de cortar BPC/Loas e Bolsa Família por movimentações consideradas incompatíveis.
O Estado não quer libertar o cidadão — quer mantê-lo dependente, com medo de perder o pouco que recebe, submisso e calado diante das injustiças. A tutoria se tornou vigilância digital e financeira: compras, transações, PIX e cartões são monitorados, enquanto a elite cresce impunemente. O povo trabalha, paga impostos e é punido por pequenas inconsistências, mas os poderosos se enriquecem rapidamente, em poucos anos, construindo impérios sobre o suor do trabalhador.
O povo precisa acordar enquanto é tempo. O Brasil está de ponta-cabeça. Um país forte e consciente é perigoso demais para quem reina sobre a ignorância e a dependência. O pedreiro é jogado na parede pela própria massa, enquanto quem está no topo controla, enriquece e se protege. A hora de reagir e exigir transparência, justiça e liberdade é agora.
























