Por Mário Plaka (*)
De frente para o espelho, sem máscara, sem maquiagem, você descobre um inimigo implacável: o tempo.
Ele não mente, não negocia, não aceita Photoshop.
O espelho é o dedo-duro da alma, o X-9 da vaidade, o delator das nossas ilusões.
Ali, a ruga não é defeito — é prova.
Prova de que você já riu demais, chorou demais, viveu (ou fingiu viver) demais.
Mas o problema é que a sociedade não gosta dessa prova: inventa cremes milagrosos, filtros que transformam um sessentão em “gato de 30”, e remendos digitais que pregam o evangelho da juventude eterna.
O espelho, porém, é cruel.
Ele não entra na farsa.
Ele não dá “like” nem passa pano.
Ele mostra a verdade nua: seus cabelos brancos, suas marcas, sua biografia escrita na pele.
Mas aí vem a pergunta: o que dói mais, a ruga ou a covardia de assumi-la?
O tempo não é inimigo, é mestre.
A idade não é vergonha, é currículo.
Só não entende isso quem ainda insiste em trocar a sabedoria pelo botox da ilusão.
De frente para o espelho, sem máscara e sem maquiagem, quem é você?
Um personagem de aplicativo, ou alguém que tem coragem de se reconhecer como fruto do tempo?
Esse é o espelho.
Esse é o julgamento.
E a sentença é simples: quem não assume sua etária, já está condenado a viver de fantasia.
A fantasia é uma das piores máscaras, quando ela cai vem a depressão…
























