Por Mário Plaka (*)
Há palavras que, ao longo da história, carregaram a força de transformar sociedades, inspirar povos e orientar vidas. Mas hoje, algumas delas estão sendo corrompidas, usadas sem consciência, repetidas de maneira vazia, e isso provoca não apenas indignação, mas um certo nojo em quem entende seu verdadeiro significado.
Amor não é propaganda, não é discurso ensaiado para manipular corações. Amor é entrega, é sacrifício, é respeito ao próximo. No entanto, tornou-se chavão em bocas que não conhecem a prática do amor.
Democracia é a voz do povo, é a construção coletiva, é o equilíbrio entre direitos e deveres. Mas virou rótulo de conveniência: muitos a invocam apenas quando lhes serve, distorcendo seu valor mais profundo.
Soberania é a grandeza de um povo que governa a si mesmo, que não se ajoelha diante de interesses externos. Hoje, muitos que falam de soberania são os mesmos que a vendem em troca de vantagens políticas e econômicas.
Ética e moral são fundamentos de uma vida íntegra, de decisões que respeitam tanto a si quanto ao outro. Mas na prática de muitos, são apenas palavras bonitas em discursos oficiais, sem nenhuma aplicação na vida real.
Quando palavras tão sagradas e fundamentais são esvaziadas, não é difícil compreender a repulsa que causam. O problema não está nelas, mas em quem as manipula.
Resgatar o verdadeiro significado dessas palavras é mais que uma necessidade — é um dever. Pois enquanto forem apenas slogans, a sociedade continuará vivendo de ilusão. Mas quando voltarem a ser valores praticados, talvez possamos, enfim, enxergar mudança verdadeira.
























