Por Mário Plaka (*)
A galinha pode até ser arisca, mas uma hora ela volta no terreiro, aí…
Donald Trump, estrategista nato, deve observar com frieza os números que Lula carrega na bagagem. Só no primeiro trimestre de 2025, o governo brasileiro gastou R$ 789 milhões em diárias e passagens — verba que poderia reforçar saúde e educação, mas foi destinada ao luxo das comitivas oficiais. Para quem promete austeridade e pratica esbanjamento, qualquer mesa de negociação já começa desigual.
Sigilos que escondem a luz
A bandeira da transparência, tantas vezes erguida em discurso, está soterrada sob sigilos de 100 anos. Em 2023, foram 1.339 pedidos negados via Lei de Acesso à Informação, consolidando um governo que prefere a sombra à clareza. Trump, acostumado a transformar contradições em munição política, certamente enxergará nisso mais um exemplo da distância entre palavra e prática.
Judiciário de um lado só
O peso maior, contudo, vem da submissão do Judiciário. Aliados do governo são absolvidos, opositores perseguidos, e crimes graves de ontem foram apagados pela anistia — ironicamente defendida pelos mesmos que hoje gritam contra ela. Para maquiar desigualdades, inventaram até a “dosimetria”, um cálculo sob medida que serve menos à justiça e mais à conveniência política.
O golpe no povo mais frágil
Enquanto isso, é o povo quem paga a conta. O escândalo do INSS, com R$ 6,3 bilhões desviados e 1,8 milhão de aposentados prejudicados, revela a distância brutal entre o discurso do “governo do povo” e a realidade de quem depende de aposentadorias e benefícios. Nesse jogo, a peça mais frágil é sempre sacrificada primeiro.
O pombo no tabuleiro
No fim, o encontro tende a se parecer menos com diplomacia e mais com jogo de tabuleiro. Mas, como diz o ditado, discutir com socialista é como jogar xadrez com pombo: ele sobe no tabuleiro, derruba as peças, suja tudo e ainda sai dizendo que venceu. Esse é o cenário que Trump encontrará diante de Lula: um governo que se apresenta como defensor da democracia, mas que se sustenta em gastos, sigilos, alianças suspeitas no Congresso e um Judiciário que joga de um lado só.
























