Por Mário Plaka (*)
Diz a fábula que, para capturar porcos selvagens, basta escolher um campo aberto, colocar um pouco de milho todos os dias e deixá-los acostumar-se à facilidade. Aos poucos, vai-se erguendo pequenas cercas, sem que percebam. Quando o cercado está completo e o portão é fechado, já é tarde demais — os porcos, domesticados pela rotina do milho fácil, aceitam a prisão como parte natural da vida. Esquecem o valor da liberdade e, em troca da comodidade, entregam o próprio destino aos seus domadores.
Essa parábola serve como um espelho do que vem acontecendo no Brasil. De pouco a pouco, enquanto muitos se distraíam com o “milho fácil” das promessas e dos discursos ideológicos, os socialistas e comunistas foram cercando o país, passo a passo. Começaram infiltrando-se nas escolas, moldando gerações; depois tomaram espaços na imprensa, nas universidades e até dentro das religiões — especialmente as cristãs, que sempre foram o alicerce moral de nossa nação.
Vieram então os cargos públicos: primeiro os menores, depois as prefeituras, os governos estaduais, o Congresso Nacional e, por fim, a presidência da República. Hoje, o país se vê quase todo dominado por esse projeto silencioso e persistente. As leis foram moldadas para garantir a permanência no poder, e as instituições, que deveriam servir à nação, passaram a servir a um grupo. O Supremo Tribunal Federal tornou-se o último e mais difícil cercado a ser rompido, blindado por mandatos longos e por indicações cuidadosamente planejadas ao longo dos anos.
Mas ainda há tempo. Ainda há uma brecha nesse portão que se fecha. O próximo ciclo eleitoral pode representar o momento da reação — o instante de resgatar o espírito livre, de despertar o país adormecido e de lembrar que a liberdade não é dádiva, é conquista.
Precisamos olhar além das nossas fronteiras. Basta observar o que se tornou a Venezuela — um país outrora próspero, hoje mergulhado na fome e na opressão. Cuba, há décadas, vive sob o jugo de um regime que transformou cidadãos em servos do Estado. Em partes da África, vemos nações devastadas por governos totalitários que prometeram igualdade e entregaram miséria. E mesmo potências como a China e a Índia mostram o preço da submissão ao controle absoluto, onde o indivíduo vale menos que a ideologia.
Se não atentarmos para esses sinais e continuarmos aceitando as migalhas disfarçadas de programas sociais — que mais escravizam do que libertam — em breve estaremos no mesmo caminho. É hora de abrir os olhos e entender que o “milho fácil” nunca é gratuito: ele custa a liberdade, a dignidade e o futuro das próximas gerações.
Ainda há espaço para lutar. Ainda há tempo de impedir que o portão se feche.
Mas se cruzarmos os braços e continuarmos calados, logo seremos mais um povo domesticado — agradecendo pelas sobras e esquecendo que já fomos livres.
























