Por Mário Plaka (*)
O Brasil se tornou refém de uma máquina pública pesada, cara e ineficiente. Os números falam por si: em 2023, o Poder Judiciário custou cerca de R$ 132,8 bilhões, dos quais quase 90% foram destinados a salários e benefícios. A Câmara dos Deputados, sozinha, consumiu R$ 6,4 bilhões em 2024. O Executivo Federal, com sua estrutura gigantesca, subsídios e gastos de custeio, movimenta cifras trilionárias todos os anos.
Tudo isso seria tolerável se retornasse em serviços públicos de qualidade. Mas a realidade é cruel: estradas em frangalhos, escolas caindo aos pedaços, hospitais sem medicamentos e superlotados. Enquanto isso, o trabalhador brasileiro paga a conta com impostos abusivos, tarifas, pedágios, IPTU, taxas, energia cara e até zona azul. O povo é sufocado de todos os lados, enquanto aqueles que deveriam representá-lo vivem em mordomias, cercados de assessores, viagens e benefícios.
E não é só a gastança “legal” que devora o país. Existe também o câncer da corrupção, uma das maiores do mundo. Fraudes no INSS, rombos nos Correios, desvios no Banco do Brasil, escândalos em estatais e ministérios, verbas desviadas por meio da Lei Rouanet e outros mecanismos. Cada centavo desviado é um hospital que não existe, uma escola que não funciona, uma vida que não é salva.
A engrenagem não para aí: a imprensa consorciada também é abastecida com cifras milionárias para proteger e esconder os feitos dos governos. O que o governo federal destina apenas para sustentar a Rede Globo, por exemplo, poderia manter quatro ou cinco cidades médias, de mais de 80 mil habitantes, sem que seus cidadãos precisassem pagar impostos municipais. Some-se a isso os repasses da Lei Rouanet, contratos de publicidade oficial e, mais recentemente, o financiamento de blogs e influenciadores digitais que recebem mais que rádios, jornais e emissoras locais. É um sistema montado não para informar, mas para blindar.
A função do Parlamento é clara: fiscalizar o Executivo, vigiar os gastos, zelar pela boa aplicação do dinheiro público e representar o povo. Mas o que vemos, em grande parte, é omissão, conchavos, blindagem de interesses e perpetuação de privilégios. O Senado, a Câmara, as Assembleias e até as Câmaras Municipais estão repletas de políticos que esqueceram sua verdadeira missão.
O povo brasileiro já não aguenta mais. Somos uma nação explorada por uma máquina pública que se serve do cidadão, em vez de servi-lo. Somos vítimas de uma corrupção sistêmica e de uma mídia cúmplice, ambas devorando o que poderia ser investimento em saúde, educação, segurança e infraestrutura.
O chamado à responsabilidade 2026, ano eleitoral
O ano que vem será decisivo. Teremos eleições. Não podemos mais repetir os mesmos erros, entregando mandatos a quem só sabe sugar e roubar. Precisamos colocar no Congresso homens e mulheres de caráter, que tenham compromisso com a verdade, compromisso com o povo, que não roubam e nem deixam roubar.
Porque a maioria dos que hoje estão lá rouba e permite o roubo, justamente para não serem cobrados. E isso só vai mudar quando o povo acordar e entender que voto não tem preço — voto tem consequência.
O Brasil está diante de uma encruzilhada: ou continuamos sendo sugados por essa máquina perversa, ou escolhemos líderes que respeitem o cidadão e a nação. A decisão será nossa. E a história não perdoará a omissão.
Voto não tem preço tem consequências.
























