Por Mário Plaka (*)
Vivemos em uma sociedade em que uma simples palavra pode valer mais do que qualquer prova. Não são poucos os casos em que homens têm suas vidas destruídas por acusações que, mais tarde, revelam-se infundadas. Essa realidade, retratada com clareza no livro Manual do Homem Inteligente, da autora Jamile Wenceslau, é um alerta urgente para todos nós: precisamos discutir e enfrentar a banalização da denúncia sem responsabilidade.
Não se trata aqui de minimizar crimes reais, nem de defender culpados, mas de reconhecer que, cada vez mais, a acusação virou uma arma de vingança, usada em momentos de raiva, ciúme ou ressentimento. Há mulheres que chegam ao extremo de se automutilar, bater a cabeça contra a parede ou produzir marcas no corpo apenas para incriminar o parceiro. Essa prática, conhecida como “Síndrome da Mulher de Potifar”, tem levado muitos inocentes ao banco dos réus, à perda do emprego, à destruição familiar e, em casos trágicos, até ao suicídio.
O mais grave é que, quando a inocência finalmente é comprovada, o máximo que acontece é o arquivamento do caso. E a acusadora? Segue intocada. Para que ela responda pelo crime de denunciação caluniosa, seria necessário provar que sabia da inocência desde o início — uma prova quase impossível, como se fosse preciso um bilhete escrito de próprio punho confessando a mentira. Enquanto isso, a máquina pública já foi acionada, a mídia já expôs, a reputação já foi manchada.
E é aqui que entra outro fator devastador: o papel da imprensa e das redes sociais. Quantas vezes vemos manchetes que acusam, expõem nomes e rostos, antes mesmo de qualquer investigação séria? Quantas vezes as redes sociais se tornam arenas de linchamento público, em que milhares se sentem no direito de condenar e massacrar alguém apenas com base em uma acusação? Não são raros os casos em que pessoas foram linchadas nas ruas, assassinadas pela turba enfurecida, e depois descobriu-se: eram inocentes. A imprensa que acusa sem apuração e as redes sociais que julgam sem prova se tornam cúmplices de injustiças irreparáveis.
Essa realidade cria um desequilíbrio cruel: o acusado paga o preço total, enquanto a acusadora muitas vezes sai da história como vítima, amparada pela narrativa social e até pela Justiça. A teoria da lei é bonita, mas a prática tem se mostrado injusta e desumana. A presunção de inocência, princípio basilar de qualquer democracia, é frequentemente atropelada por julgamentos precipitados, por manchetes sensacionalistas e por uma sociedade que prefere condenar antes de ouvir.
E aqui está o ponto central: esse momento que vivemos não surgiu do nada. Ele tem sido incentivado por correntes ideológicas que trabalham, há décadas, para destruir a família e abalar a fé cristã. A onda do feminismo radical, quando desvirtua sua essência, não busca igualdade, mas desequilíbrio — e se torna instrumento de um projeto maior, de matriz socialista e comunista, que entende que a melhor forma de enfraquecer uma nação é desestruturar a célula mais importante: a família. A mentira, a acusação infundada e a perseguição dentro do lar tornam-se armas para gerar instabilidade, desconfiança e ruptura.
Não se trata de defender machismo ou privilégios de qualquer natureza, mas de preservar o equilíbrio. Porque quando se destrói a família, destrói-se também o raciocínio lógico, a base moral e a fé em Cristo. E sem fé, sem família e sem verdade, o que resta é um povo frágil, dividido e facilmente manipulado.
Que este editorial seja, portanto, um chamado: precisamos resistir à cultura da acusação leviana, exigir responsabilidade da imprensa e das redes, e defender com firmeza a família, a fé e a justiça. Porque quando a verdade é substituída pela narrativa, e quando a família é substituída pela instabilidade, abre-se caminho para a tirania.
























