Por Mário Plaka (*)
Nos últimos anos, o Brasil assistiu à instalação de diversas CPIs e CPMIs — comissões que prometiam moralizar, investigar e punir os responsáveis por crimes que dilapidaram o erário público. Mas, na prática, quantas dessas investigações deram resultado de verdade? Quantas levaram à prisão de corruptos, à devolução do dinheiro roubado ou à responsabilização efetiva dos culpados? A resposta é dura: pouquíssimas.
E, das que deram algum resultado concreto — como a CPI da Petrobras, que originou a Lava Jato — o próprio Judiciário tratou de dilacerar o trabalho, anulando provas e libertando os condenados.
É por isso que o brasileiro não acredita mais em CPI, nem em CPMI, nem em audiência pública.
Quem já participou de uma sabe: boa parte é encenação, roteiro pronto, teatro político para a plateia da imprensa. Algumas comissões acabam sem relatório final, outras são arquivadas em silêncio, e quase nenhuma muda o destino do país.
Esse cenário retrata o estado da política brasileira. E a prova disso se viu recentemente na COP30, quando ficou evidente que nem os povos indígenas, nem os ribeirinhos, nem os empresários, nem o trabalhador acreditam mais nas promessas do governo. A desconfiança é geral — até mesmo a imprensa, paga para passar pano e limpar a sujeira da política, já não acredita nos próprios políticos que defende.
Mas aí surge a pergunta inevitável: Por que, então, tantos desses políticos se reelegem?
A resposta é amarga. Muitos se mantêm no poder explorando a desgraça do povo. E não fazem isso sozinhos. Há empresários inescrupulosos que vivem de propina, superfaturamento e lavagem de dinheiro para prefeitos, governadores e parlamentares.
Quando chega o período eleitoral, financiam campanhas com dinheiro sujo, obrigando seus funcionários e os trabalhadores ligados às suas empresas a atuarem nas campanhas dos candidatos que patrocinam.
Muitas dessas empresas pertencem a parentes de políticos locais e estaduais, que usam o nome de familiares para esconder negócios escusos e perpetuar o ciclo da corrupção.
É a política feita na base da coação, da troca e do medo — um retrato da falência moral do Estado.
Quando o governo aparece nas pesquisas com “altos índices de aprovação”, basta andar pelas ruas para ver que é mentira. O povo está indignado, cansado e descrente. As pesquisas são apenas cortinas de fumaça, números fabricados para manipular consciências.
Vi com meus próprios olhos pessoas simples cobrando o presidente da República, exigindo respostas diante de decisões absurdas, e ele, calado, sem argumento algum. Vi o mesmo silêncio constrangedor na recondução de Paulo Gonet, quando senadores e deputados — Magno Malta, Flávio Bolsonaro, Leila Jones e outros — disseram as verdades que muitos não têm coragem de dizer.
Mesmo assim, 45 senadores votaram pela recondução, escondidos atrás do voto secreto. Mas o povo sabe: quem votou a favor do que é errado, um dia será revelado. Basta mostrar a cara — e o povo saberá quem está do lado dele e quem está contra.
O Brasil precisa acordar. Precisamos identificar quem são os senadores, deputados e governadores que traem o povo. Precisamos exigir transparência, punir os corruptos e reconstruir a confiança nas instituições. Porque o que temos hoje é um desgoverno que virou as costas para o cidadão comum.
O povo não é bobo e a COP30 deixou isso claro: o povo está revoltado.
Revoltado com o teatro das CPIs, com as farsas políticas, com as decisões covardes e com a impunidade.
E quando o povo acorda, nenhum sistema de mentira se sustenta por muito tempo.
























