Por Mário Plaka (*)
O Brasil vive hoje um momento de profunda contradição. Parlamentares eleitos pelo voto popular, que deveriam representar a vontade de milhares de cidadãos, estão sendo afastados, perseguidos e até encarcerados em nome de interpretações jurídicas que mais parecem conveniências políticas do que aplicação imparcial da lei.
O chamado “flagrante perpétuo”, usado como justificativa para prender e manter presos representantes do povo, é uma distorção perigosa: transforma a exceção em regra e abre as portas para arbitrariedades. Pior: quando casos semelhantes surgem do outro lado do espectro político, assistimos à complacência e ao silêncio — processos que nunca avançam, denúncias que desaparecem, impunidade que grita aos olhos de todos.
Enquanto isso, a Câmara Federal, que deveria defender a soberania do voto, curva-se à pressão externa e chancela a exclusão daqueles que ousam cumprir o mandato que receberam do povo. Não é apenas o afastamento de indivíduos — é o silenciamento de milhões de brasileiros que eles representam.
E a Constituição Federal? Aquela que prometia limitar o poder e garantir direitos tornou-se papel frágil, facilmente rasgado por interpretações convenientes. A lei já não é o que está escrito, mas aquilo que certos grupos decidem que seja.
Mas essa corrosão da democracia tem uma raiz ainda mais profunda: o ataque à educação. Socialistas e comunistas sabem que um povo instruído é um povo livre. Por isso, investem na ignorância. Eles esvaziam o ensino familiar, distorcem o ensino escolar e até o universitário, colocando em cátedras professores incapazes ou ideologizados, que ensinam tudo — menos o essencial para a vida: a cultura nacional, a base da família, o conhecimento das leis, dos direitos e deveres.
No lugar de formar cidadãos, criam massa de manobra. Inventam “direitos inexistentes” e tiram do horizonte aquilo que sustenta uma nação: a cidadania, os valores culturais, a família, a fé e o trabalho. Querem que as pessoas dependam do Estado, sucessivas a esmolas oficiais, fáceis de controlar. Um povo ignorante é um povo dominado.
É por isso que precisamos reafirmar: educação é tudo. Ler, refletir, debater e aprender é a verdadeira arma contra a manipulação. Uma sociedade que lê não aceita slogans baratos, nem manchetes envenenadas. Uma sociedade instruída não se ajoelha a ditadores de toga nem a demagogos de palanque.
Criar a cultura da leitura é criar também a cultura da resistência. É dar ao cidadão ferramentas para enxergar além das cortinas da propaganda e compreender que os rumos da nação estão sendo traçados, muitas vezes, contra a sua vontade.
A pergunta permanece: estamos vivendo numa democracia — ou numa farsa em que a Constituição já não passa de um papel rasgado?
(*) Mario Caetano de Souza, também conhecido como Mário Plaka, é empresário em Coronel Fabriciano.
























