Por Walter Biancardine (*)
Eduardo Bolsonaro declara-se exilado e perseguido pela ditadura, nos EUA. No minuto seguinte, a PGR de Gonet, que manteve seu parecer sobre o passaporte do mesmo por 18 dias na gaveta, liberou um “contrário ao ato”. Pior: dez segundos depois, o ditador Moraes manda arquivar o processo de apreensão do mesmo. Isso mostra que Jair Bolsonaro estava certo: basta um cabo e um soldado para metê-los, todos, na cadeia.
Tal vexame, prova explícita e flagrante de covardia, infantilidade, estupidez e burrice do Alto Comando Ditatorial do Brasil deixou claro, para quem quiser ver, a fragilidade da atual ditadura. É natural supor que os líderes absolutistas sejam sempre – além de gente “sangue ruim” – ao menos inteligentes e vivos o suficiente para se livrarem das inevitáveis reações contra seus desmandos. Mas a ditadura do cruel – e burro – Voldemort mostrou suas limitações: ele, seu “despachante” da PGR e até mesmo os cúmplices parlamentares da esquerda, que pediram (em claro desespero) a imediata aplicação de tornozeleiras eletrônicas em Jair Bolsonaro, para “evitar que ele se aproxime de embaixadas e (novidade) saia de Brasília” mostram, sem nenhum pudor, um punhado de cérebros em decomposição, irremediavelmente sequelados pelo fanatismo ideológico, perversões de nascença, medo e, muitas vezes, por drogas.
O quê o asno careca, o “Inominável”, pretende? Fazer tal qual criança arteira que, ao ouvir a aproximação dos pais em seu quarto, borra-se de medo e corre para esconder toda a bagunça embaixo da cama? Fingir que nada aconteceu?
Jair Bolsonaro nos disse, alguns poucos anos atrás: “Vocês não sabem como é fácil criar uma ditadura neste país”. Agora sabemos; realmente deve ser facílimo, considerando a inteligência de rodapé dos envolvidos em algo que, neste momento, mais se assemelha a uma farsa que a um verdadeiro reinado de terror – obviamente descontando-se as terríveis mortes e privações de inocentes.
Isso nos permite fazer uma sinistra mas necessária tábula rasa da fragilidade institucional em que vivemos: bastaria, segundo Bolsonaro, “um cabo e um soldado” para prender toda a luzidia Torre de Marfim. Alegariam ser inconstitucional, e que seja: também a inconstitucionalidade é a razão da prisão dos mesmos – e enquanto discute-se, que sejam mantidos devidamente enjaulados. Do mesmo modo e descontando o arraigado sentimento de disciplina de nosso “Braço Forte e Mão Amiga”, igualmente seria facílima uma sublevação – motim, se quiserem – dos coronéis contra seus generais do Alto Comando, todos vendidos, assumindo o comando das tropas e encarcerando, de um só golpe, todo o lixo parlamentar e judiciário que por lá habita. Por consequência, é possível deduzir os efeitos que uma enorme massa humana produziria sobre tais covardes, na eventualidade de protestos mais sérios e sem a intenção exclusiva de deixar-se fotografar para o Instagram.
Eduardo Bolsonaro deixou a ditadura sem rumo. Possui um excelente relacionamento pessoal com o Presidente da maior potência do planeta e que, neste momento, está para divulgar seríssimas retaliações contra os violadores dos direitos humanos – do mesmo modo que já decretou cartéis de droga como “organizações terroristas”, e isso acua o descapilarizado PCC, bem como o obeso CV. A Lei Magnitski paira sobre os luzidios pescoços de suas excelências, enquanto debatem-se, desesperadamente, para salvar a própria pele.
O jovem Bolsonaro, entretanto – e por mais decisivos que sejam seus atos neste momento – não pode fazer tudo sozinho: ele precisa de respaldo popular, apoio massivo do povo, que deve ir às ruas com “sangue nos olhos e faca nos dentes”.
Agora sabemos que esta é uma ditadura de cristal: não racha, simplesmente esfarela-se.
E isto está em vias de acontecer, só depende de nós.