Os principais bancos brasileiros registraram forte queda nas ações nesta terça-feira (19), acumulando perdas bilionárias em meio à controvérsia envolvendo a decisão do ministro Flávio Dino sobre a aplicação de leis estrangeiras no Brasil.
O impacto no mercado foi imediato e expressivo. O Banco do Brasil liderou as perdas com queda de 4,41%, seguido pelo BTG (-3,46%), Bradesco (-3,18%), Itaú (-2,86%) e Santander (-2,82%). A movimentação negativa contribuiu para uma queda de 1,92% no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira.
A turbulência tem origem na decisão proferida pelo ministro Flávio Dino, que determinou que leis ou decisões judiciais estrangeiras precisam de validação da justiça brasileira para terem efeito no país. O posicionamento coloca as instituições financeiras em situação delicada, especialmente aquelas com operações internacionais.
Especialistas do mercado financeiro avaliam que os bancos enfrentam agora um dilema operacional. “As instituições precisarão escolher entre atender à determinação do STF ou enfrentar possíveis penalidades nos Estados Unidos”, explica Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.
A Lei Magnitsky, legislação americana que permite a imposição de sanções econômicas, está no centro desta discussão. O dispositivo prevê bloqueio de contas e restrições a instituições financeiras que mantenham relações com alvos de sanções americanas.
O economista Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, considera o momento “inoportuno” e alerta para consequências econômicas prolongadas. “Esta situação pode elevar o risco-país e reduzir investimentos”, afirma. A incerteza levou investidores a realizarem lucros e se afastarem temporariamente desses ativos.
O cenário atual demonstra como decisões jurídicas podem impactar diretamente o mercado financeiro, criando instabilidade e afetando a confiança dos investidores. A resolução deste impasse será fundamental para a recuperação do setor bancário brasileiro.
























