A greve dos profissionais da educação em Ipatinga, continua por tempo indeterminado. A decisão de manter a paralisação parcial foi tomada em assembleia realizada na noite da última terça-feira (10). A categoria reivindica o pagamento do piso nacional do magistério, a realização de concurso público e o cancelamento de demissões consideradas retaliatórias.
De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), subsede Ipatinga, ao menos dez escolas municipais aderiram ao movimento desde o início da greve. A diretora do sindicato local, Isaura Carvalho, afirmou que a continuidade da paralisação é resultado de uma “crise sem precedentes” na educação municipal.
“Não é a greve que causa a crise, é o descumprimento das leis por parte da atual gestão”, disse Isaura. Ela destaca que os servidores da educação enfrentam congelamento salarial desde a implementação do atual plano de carreira, com ausência dos reajustes anuais previstos na legislação federal.
Mais da metade dos trabalhadores da rede estão em contratos temporários, segundo o sindicato, e muitos enfrentam demissões em massa. “A prefeitura não realiza concursos públicos, e os profissionais ainda são dispensados por reivindicarem seus direitos”, denunciou.
A falta de professores e assistentes escolares no fim do semestre tem causado sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e impacto no funcionamento das escolas.
TENSÃO COM O PODER PÚBLICO
O sindicato também denuncia tentativas de criminalização do movimento por parte da Prefeitura de Ipatinga. Isaura relata que dirigentes sindicais foram impedidos de acessar a sede do governo mesmo com reuniões previamente agendadas, além de ameaças judiciais.
Apesar disso, o Sind-UTE afirma que permanece aberto ao diálogo. “Protocolamos novo pedido de reunião. Acreditamos que a negociação pode avançar, com o governo assumindo compromissos concretos para resolver os problemas”, declarou a dirigente.
A categoria pede, entre outras medidas, o pagamento integral do piso nacional, a realização de concursos para suprir a carência de pessoal nas escolas e a reintegração dos profissionais desligados durante o período de mobilização.