Uma bola de fogo que cruzou o céu de cinco estados brasileiros, inclusive o céu do Vale do Aço, em Minas Gerais, na noite dessa quarta-feira (14) foi identificada como destroços do foguete Falcon 9, da empresa SpaceX. O fenômeno, inicialmente confundido com um meteoro, percorreu cerca de 1.500 quilômetros em apenas quatro minutos.
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) confirmou que o objeto luminoso era parte de um foguete lançado há quase 11 anos pela empresa do bilionário Elon Musk. O Falcon 9, identificado pelo código 40108, havia sido utilizado em agosto de 2014 para transportar o satélite de comunicações AsiaSat 8.
O espetáculo luminoso começou às 18h24 em Brasília e terminou às 18h28 na Bahia, sendo também visível em Mato Grosso, Goiás e em várias cidades de Minas Gerais. Durante sua trajetória, o objeto atingiu velocidades entre 6 e 7 quilômetros por segundo.
Segundo o astrônomo Ricardo Ogando, do Observatório Nacional, este tipo de reentrada atmosférica de lixo espacial é comum e geralmente não oferece riscos. O objeto em questão era o segundo estágio do foguete, que permaneceu em órbita como detrito espacial desde seu lançamento.
No entanto, especialistas alertam para os impactos ambientais causados pelo crescente volume de lixo espacial. Estudos recentes indicam que estes detritos contribuem para a crise climática, afetando a atmosfera terrestre. Durante a reentrada, os satélites liberam óxidos de alumínio, que podem interferir nas temperaturas do planeta.
O problema tende a se agravar nos próximos anos, com previsões de que cerca de 100 mil satélites estarão orbitando a Terra até o final desta década. Estimativas apontam que a quantidade de lixo espacial queimado na atmosfera deve ultrapassar 3.300 toneladas anuais, intensificando preocupações sobre seus efeitos na camada de ozônio e no equilíbrio climático global.